Feijão mais Saudável: Melhoramento Genético Busca Aumentar Atratividade para Consumidores e Produtores.
A queda no Consumo de Feijão tem diversas causas, mas uma delas pode estar com os dias contados. Uma pesquisa encontrou e inibiu dois genes do feijão, ligados à produção do composto que causa desconforto intestinal nos humanos.
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Pesquisadores desenvolvem melhorias genéticas no feijão que facilitam sua digestibilidade, eliminando os genes relacionados à rafinose, composto conhecido por causar desconforto digestivo e flatulência em humanos.
A medida busca tornar o feijão mais saudável e atrativo para produtores e consumidores, o que pode ajudar a reverter a queda do consumo. Apesar de um item participante da alimentação dos brasileiros, o feijão, por diversos fatores, tem perdido espaço para alimentos menos nutritivos, conforme pesquisa da Embrapa Arroz e Feijão, situada em Goiás.
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Produção de Feijão nos últimos anos no Brasil
A produção de feijão no Brasil manteve-se estável nos últimos anos. Embora o volume seja substancial, o mercado interno não é o único destino já que, nos últimos anos, o consumo de feijão no Brasil caiu 50%. Sendo assim, boa parte da produção é destinada às exportações.
Evolução da produção de feijão:
2021
- Valor: R$ 12 bilhões de reais;
- Colheita: 2,9 milhões de toneladas;
- Área: 2,61 milhões de hectares;
- Produtividade: 1.110 kg/ha;
2022
- Valor: R$ 12,38 bilhões de reais;
- Colheita: 2,87 milhões de toneladas;
- Área: 2,64 milhões de hectares;
- Produtividade: 1.090 kg/ha;
2023
- Valor: R$ 11,71 bilhões de reais;
- Colheita: 2,9 milhões de toneladas;
- Área: 2,47 milhões de hectares;
- Produtividade: 1.176 kg/ha;
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Edição Gênica do Feijão com a Tecnologia CRISPR
Uma pesquisa da Embrapa Arroz e Feijão (GO) identificou e conseguiu eliminar dois genes ligados à produção de oligossacarídeos (carboidratos) da família rafinose, responsáveis pelo desconforto intestinal, decorrente do consumo do feijão.
A partir dessa descoberta, os pesquisadores pretendem desenvolver variedades com menos fatores antinutricionais, a partir do conhecimento do genoma do feijão e com o auxílio da tecnologia CRISPR.
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O trabalho dos pesquisadores ainda deve avançar para a produção das novas plantas modificadas, com os genes da rafinose desativados. No entanto, o mapeamento do genoma e isolamento dos genes indesejáveis já configura um enorme ativo da pesquisa.
“A geração editada T0 está produzindo sementes T1. Vamos plantar T1 e esperamos que a edição seja transmitida para a próxima geração. Somente com o avanço das gerações, de T1 para T2 e de T2 para T3, teremos as edições em homozigose (o que torna a característica editada com herdabilidade estável) e poderemos avaliar o fenótipo das plantas (conjunto de características resultante da interação com o ambiente), além de testar linhagens em diferentes locais que poderão se tornar uma nova variedade”.
Rosana Vianello, pesquisadora da Embrapa.
O trabalho com o genoma do feijão é apenas um aperitivo do que a tecnologia CRISPR é capaz de fazer pela agricultura e pecuária no Brasil. O estudo da genética e a capacidade de inibir genes que podem afetar o desempenho dos alimentos é uma nova fronteira na eficiência e eficácia do agronegócio brasileiro.
“No caso de características relacionadas à qualidade tecnológica e nutricional de grãos, a técnica emerge como uma importante ferramenta para editar genes específicos e, com isso, realizar um melhoramento de precisão, abrindo novas perspectivas para o desenvolvimento de variedades mais atrativas para produtores e consumidores”.
Rosana Vianello, pesquisadora da Embrapa.
Os efeitos podem ser desde o encurtamento de ciclos produtivos, nutrição animal, controle biológico de pragas e na saúde animal. O que se reflete na qualidade dos produtos entregues aos consumidores, produzidos com muito mais eficiência e sustentabilidade.
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