Produtividade das Safras Brasileiras: Algodão Cresceu, Milho e Soja Caíram.
Ao longo dos últimos 5 anos a produtividade das safras brasileiras seguiu dentro de uma tendência de alta, quebrada na mudança do ciclo 2022/23 para 2023/24.

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A produtividade das safras brasileiras caiu para algumas commodities e subiu para outras. A variação ao longo dos últimos anos demonstrou uma tendência de alta em condições normais de cultivo.
No entanto, a queda forte de algumas commodities entre os ciclos 2022/23 e 2023/24 chamou atenção para os riscos de negócio a que estão expostos os produtores, especialmente em condições climáticas extremas.
Para termos uma ideia, nos últimos 5 anos (2019 a 2024) a área de produção do algodão cresceu 20%, do milho (2a. safra) +28%, da soja +29% e do trigo cresceu 50%. Indicando como os produtores apostam no potencial das culturas.
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Variação da Área das Lavouras:
- Algodão: +20%;
- Arroz: -6%;
- Milho (1a Safra): -3%;
- Milho (2a Safra): +28%;
- Soja: +29%;
- Trigo: +50%;
Dados: CONAB, 2025. Comparativo entre 2018/19 e 2023/24.
Quando analisamos o volume de produção e sua variação, ao longo dos últimos anos, podemos perceber que algumas commodities já apresentaram uma arrefecimento no crescimento da produção, mesmo com uma área maior.
Variação da Produção das Lavouras:
- Algodão: +33%;
- Arroz: +1%;
- Milho (1a Safra): -10%;
- Milho (2a Safra): +23%;
- Soja: +23%;
- Trigo: +45%;
Dados: CONAB, 2025. Comparativo entre 2018/19 e 2023/24.
Comparando o crescimento de produção em relação à área, nos últimos cinco anos, podemos observar que o milho (2a safra) cresceu 28% em área e 23% em produção.
A soja teve um aumento de 29% na área e 28% no volume de produção, enquanto o trigo cresceu 50% em área e 45% em produção. Esse descompasso entre crescimento de área e produção são indicativos da oscilação de produtividade.
Variação da Produtividade das Lavouras Brasileiras:
- Algodão: +11%;
- Arroz: +7%;
- Milho (1a Safra): -7%;
- Milho (2a Safra): -3%;
- Soja: -4%;
- Trigo: -3%.
Dados: CONAB, 2025. Comparativo entre 2018/19 e 2023/24.
Com base nessas informações podemos constatar uma queda na produtividade das principais commodities brasileiras (milho e soja). O que é fator preocupante, já que têm alto impacto no resultado final do agronegócio, seja pelo PIB setorial ou pelas exportações.
Além disso, uma queda de produtividade pode representar a redução da competitividade das commodities em relação a outros ciclos. O que pode trazer preocupação caso a queda de produtividade seja registrada em safras futuras.
Produtividade das Safras do Arroz
O arroz foi uma das commodities menos afetadas em termos de produtividade nos últimos 5 anos. Apesar da tragédia climática ocorrida no Rio Grande do Sul (maior produtor de arroz do Brasil) em 2024, o arroz cresceu 7% em produtividade, com produção 1% maior em uma área 6% menor.
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Produtividade das Safras de Algodão
As lavouras de algodão no Brasil (terceiro maior produtor do mundo) registraram crescimento de 11% na produtividade, 20% da área de produção e 33% no volume de produção, entre 2018/19 e 2023/24.
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Comparativo da Evolução da Produção e Área das Lavouras Brasileiras
Commodity | Variação da Produção 2018/19 a 2023/24 | Variação da Produção 2022/23 a 2023/24 | Variação da Área 2018/19 a 2023/24 | Variação da Área 2022/23 a 2023/24 |
---|---|---|---|---|
Algodão | +33% | +17% | +20% | +17% |
Arroz | +1% | +6% | -6% | +9% |
Milho (1a Safra) | -10% | -16% | -3% | -11% |
Milho (2a Safra) | +23% | -12% | +28% | -4% |
Soja | +23% | -5% | +29% | +4% |
Trigo | +45% | -3% | +50% | -12% |
Considerações Finais
Entre as oscilações de produção e produtividade das lavouras brasileiras, conta a favor do agro brasileiro o fato de que o ciclo 2023/24 foi bastante problemático por conta do clima, que enfrentou excesso de chuva em algumas regiões e falta dela em outras, efeitos do El Niño.
Considerando a importância da cadeia produtiva da soja e trigo (com somado valor de produção de R$ 458 bilhões de reais), uma queda de produtividade média de 4% pode representar 10,5 milhões de toneladas a menos por safra. Em termos financeiros, isso pode representar 17 milhões de reais a menos no VBP agropecuário.
Ao mesmo tempo que há um certo alívio devido à queda justificável, acende um alerta para o risco climático e como ele oferece incertezas ao setor. Demonstrando que a gestão do risco na agronegócio pode fazer a diferença, sobretudo do ponto de vista econômico.
REFERÊNCIAS: CONAB, 2025.