A equipe da Embrapa Florestas (PR) comemora os resultados de um trabalho que iniciou em 2018. Trata-se da reunião de um grande acervo de bactérias multifuncionais de áreas florestais. A coleção já conta com 1.023 bactérias com potencial para geração de bioinsumos. Que, por sua vez, serão desenvolvidos na forma de inoculantes e podem reduzir drasticamente a utilização de químicos na atividade florestal.

Leia Também: Alta Demanda de Madeira Ajuda a Reduzir Emissões do Agro

Entre as principais variedades da coleção constam:

• 200 bactérias isoladas do pínus;
• 90 bactérias isoladas do eucalipto;
• 96 bactérias isoladas da erva-mate;
• 145 bactérias isoladas da araucária.

Além das bactérias, o DNA dos isolados também é armazenado na coleção. Desta forma é possível seguir a pesquisa com bioinsumos e melhoramento genético de espécies como: pupunha, pínus, eucalipto, erva-mate e araucária.

“A produção de mudas florestais inoculadas com as bactérias promotoras de crescimento tem se mostrado algo promissor, diante do efeito positivo no enraizamento, solubilização de fosfatos, estímulo ao crescimento vegetal das mudas e no controle biológico de pragas que temos encontrado ao longo dos estudos, principalmente para pínus e eucalipto”.

Krisle da Silva, pesquisadora da Embrapa.

Controle Biológico de Pragas e Sustentabilidade

Essa grande biblioteca de material orgânico é um dos ativos da sustentabilidade do agronegócio brasileiro. Além do desenvolvimento de bioinsumos e melhoramento genético, a tecnologia também adiciona um valor reputacional às florestas plantadas. Com a produção de madeira comprometida com o ciclo descarbonizante desde o desenvolvimento das mudas.

Como toda solução sustentável, a coleção, que continua em evolução, tem potencial de impulsionar o desenvolvimento de plantas mais produtivas e resistentes, o que deve reduzir custos e riscos aos produtores que, por sua vez, entregarão produtos de melhor qualidade com menor impacto ambiental.

Leia Também: Pastagem Nível “Sol Pleno” em Sistemas Integrados Pecuária e Floresta.

As Florestas Plantadas e a Recuperação de Pastagens Degradadas

O Brasil tem um enorme potencial de pastagens degradadas a serem recuperadas ou reformadas. O custo altíssimo exige uma rentabilidade maior ao capital investido, ou seja, demanda o maior rendimento possível por hectare. Com as florestas plantadas, por exemplo, em um ciclo de 5 anos é possível rentabilizar parte das propriedades sem muito preparo da terra.

O que ajuda a cobrir os custos sem um capital inicial muito grande, dando aos produtores o fôlego necessário para começar a recuperar o investimento em menor tempo. Isso sem considerar que o melhoramento genético pode encurtar o ciclo. Oferecendo aos fazendeiros uma cultura tecnológica, menos exigente, descarbonizante e rentável.

Leia Também: Estratégia para Recuperar Pastagens Degradadas