Broca da Cana Ataca Plantações de Sorgo. Intensidade da Infestação pode Causar Perdas de 50%, Aponta Estudo.

Um estudo recente demonstrou o impacto da broca-da-cana-de-açúcar nas plantações de sorgo. Os danos podem chegar a perdas de até 100%, nos casos de infestação severa e sem controle.

Praga da Cana Ataca Sorgo. Imagem: Istockphoto.com

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A cana-de-açúcar é a commodity mais produzida no Brasil, ocupando grande área plantada. As pragas que assombram os canaviais e podem atacar outras lavouras devem estar sempre no radar da gestão de risco, pelo potencial de disseminação e danos econômicos proporcionais.

Um estudo recente, que compõe a tese de doutorado de Camila da Silva Fernandes Souza, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), orientada pelo professor Bruno Henrique Sardinha de Souza, e por Simone Martins Mendes, pesquisadora da Embrapa, lançou luz sobre o impacto da broca-da-cana-de-açúcar nas lavouras de sorgo.

A pesquisa realizada durante três safras, entre 2021 e 2023, na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG) deu origem ao artigo What is the potential of sugarcane borer in reducing sorghum fitness and grain production? (Qual o potencial da broca-da-cana-de-açúcar na redução da aptidão do sorgo e na produção de grãos?), publicado no Journal of Applied Entomology.

Broca-da-cana-de-açúcar

A broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) é uma praga recorrente em áreas de plantação de cana-de-açúcar, mas que pode atingir outras culturas de importância econômica como o milho, arroz e sorgo (EMBRAPA, 2010).

Broca da Cana Ataca Plantações de Sorgo

Uma das conclusões do estudo foi que, dependendo da intensidade da infestação da broca-da-cana-de-açúcar, as perdas podem chegar a 50% da produção do sorgo, dependendo do híbrido plantado. O que representa um número assustador, sobretudo do ponto de vista econômico.

O agronegócio do sorgo movimentou R$ 2,7 bilhões de reais na safra 2023/24, com 4,5 milhões de toneladas colhidas em uma área de 1,34 milhão de hectares (IBGE, 2024). Com destaque para o Estado de Goiás que colheu 402.801 hectares de sorgo, além de 978.329 hectares de cana-de-açúcar.

Estudo foi Pioneiro ao Descobrir os Efeitos da Praga no Sorgo

A pesquisa utilizou os híbridos comerciais mais conhecidos e utilizados no Brasil e demonstrou a suscetibilidade do sorgo à broca-da-cana-de-açúcar, também conhecida como broca-do-colmo. Apesar dos danos causados, medidos pela primeira vez neste estudo, essa praga passava despercebida nas lavouras.

“Recentemente temos falado muito do pulgão-do-sorgo (Melanaphis sorghi), obviamente, porque tem causado grandes prejuízos às lavouras desse cereal em função da dificuldade de controle. Contudo, esse estudo mostra os prejuízos causados pela broca-do-colmo, na cultura”.

Simone Martins Mendes, pesquisadora da Embrapa.

Por viver escondida dentro do colmo da planta do sorgo, a praga não é vista, de modo que os prejuízos acabam sendo contabilizados na conta de outros agentes, para os quais o uso de inseticidas ajuda a mascarar os prejuízos causados pela broca-do-colmo.

“Todavia, é fundamental estar atento à broca na cultura do sorgo, pois os danos muitas vezes passam despercebidos pelo produtor”.

Simone Martins Mendes, pesquisadora da Embrapa.

Casos Severos geram Perdas de 100%

Os danos da broca-da-cana-de-açúcar nas lavouras de sorgo podem chegar a 100% nos casos mais severos, quando o controle não foi adequado e os híbridos eram menos resistentes. As condições específicas de falta de combate não aliviam o risco da praga, que causou perdas de até 50% em híbridos mais produtivos e resistentes, acometidos por uma infestação importante.

O controle da infestação pode ser feito com aplicação de inseticidas e com a escolha de híbridos mais aptos. Mas tudo passa pela atenção dos produtores às plantas, com uma análise criteriosa em busca de evidências de infestação.

Por outro lado, há sempre a necessidade de avaliar as culturas que também são afetadas pela broca-da-cana-de-açúcar, de modo que haja um controle integrado para evitar a disseminação.

Agindo de forma preventiva também é possível reduzir o risco, inclusive do uso de inseticidas, que comprometem a qualidade dos grãos e aumentam os custos da produção de sorgo, cuja produtividade média foi de 3.346 kg/ha, com rendimento financeiro de R$ 2.015,74 reais por hectare, na safra 2023/24.

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