🐛 Mudanças Climáticas Elevam Incidência de Pragas
O quadro de mudanças climáticas, antropogênicas ou naturais, exige atenção e planejamento. Sobretudo do ponto de vista dos danos causados pela mudança de temperatura e umidade relativa do ar, pois favorecem o surgimento de diversos tipos de pragas.
Mudanças Climáticas e Incidência de Pragas é uma Relação mais Estreita que Você Imagina.
Assim como os seres humanos, as plantas e os animais precisam de condições climáticas favoráveis para prosperar e tornar a espécie bem sucedida. Da mesma forma ocorre com insetos, fungos, bactérias e outros patógenos que afetam as lavouras.
As condições de temperatura e umidade são cruciais para a proliferação de indesejados agentes naturais. Contexto que é agravado por um quadro de mudanças climáticas que estejam ligados a alterações de temperatura e regime de chuvas em determinadas regiões.
Para o agronegócio, esse recorte torna-se extremamente preocupante, já que esta fábrica a céu aberto encontra no clima um fator preponderante para a prosperidade das lavouras. Assim como a estabilidade de períodos de chuva e sol é essencial para planejar plantio, colheita e controle de pragas de forma eficiente.
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Descontrole de Pragas nas Lavouras
Mudanças climáticas, instabilidade do regime hídrico e estações pouco definidas podem bagunçar o planejamento do agronegócio em geral. Colocando em risco toda a cadeia produtiva e de insumos, com reflexos no abastecimento e na sustentabilidade da atividade econômica.
Além de prejudicar o plantio e colheita, o excesso ou falta de precipitação pode desfavorecer o desenvolvimento das plantas, de diversas formas. Uma das mais impactantes é quando as condições favorecem o surgimento de pragas, inclusive aumentando a incidência de patógenos em novos territórios.
A incidência de pragas, além de prejudicar a produtividade, exige custos maiores de controle (às vezes ineficientes devido à infestação descontrolada) colocando sob risco a produtividade, sanidade e qualidade dos alimentos, ou inviabilizando a colheita por longos períodos de tempo.
O Exemplo da Cigarrinha do Milho
A cigarrinha é um inseto que se alimenta da seiva da planta do milho com efeito direto em seu desenvolvimento. O clima quente e seco favorece a proliferação da praga pois permite que ela voe mais e consiga se abrigar entre as folhas, já que não acumulam água na seca.
Além dos danos diretos ao milho, a cigarrinha é o inseto-vetor das molicutes, microorganismos causadores das doenças chamadas “enfezamento”. Essas pragas combinadas afetam o milho ainda no início de seu desenvolvimento e migram de plantas adultas para mais jovens, causando enormes transtornos aos produtores.
Cigarrinha do Milho afeta do Plantio à Colheita
A incidência de cigarrinha do milho pode trazer muitos efeitos indesejáveis, especialmente decorrentes de mudanças climáticas. Já que a ocorrência de pragas relacionadas ao clima pode fazer com que migrem e avancem sobre novos territórios, tornando eventos raros em ameaças constantes.
Outro aspecto refere-se aos efeitos na colheita, já que afetam a produção ainda no desenvolvimento da planta e reduzem a produtividade com grande perda de biomassa. Os efeitos podem ser vistos nas espigas, totalmente irregulares e inviáveis economicamente.
Como a praga afeta o milho jovem, a cigarrinha migra para plantações mais recentes, à medida que a planta cresce. Isso afeta o planejamento de manejo e exige uma programação emergencial, já que o plantio escalonado favorece a migração. Sendo necessários plantio e colheita simultâneos.
Dependendo do tamanho da área, plantio e colheita simultâneos oferecem desafios logísticos e de armazenamento, além dos riscos de preços decorrentes de um alto estoque e necessidade de escoamento emergencial.
Conheça mais sobre a Cigarrinha e o Enfezamento
Cigarrinha na Argentina Derruba as Projeções de Colheita em Milhões de Toneladas.
As mudanças climáticas podem ter afetado o clima na Argentina, que ficou favorável ao surgimento da praga no país vizinho. Em matéria da NOVACANA fica evidente o risco da cigarrinha do milho para a economia e o abastecimento do mercado.
As mudanças no clima e incidência da cigarrinha podem fazer a Argentina, terceiro maior exportador de milho do mundo, a reprojetar suas lavouras, com prejuízos ao planejamento econômico do país e consequências na produção de alimentos em nível mundial.
Como efeito imediato, a Argentina deve migrar parte de sua lavoura para a soja, que não é afetada pela cigarrinha do milho. O que pode aumentar a oferta da commodity no mercado internacional, afetando os preços pagos aos produtores brasileiros, justamente na cultura mais bem sucedida do Brasil.
Mudanças Climáticas e os Riscos de Pragas no Brasil
Para o Brasil, cujas lavouras ocorrem em maior parte no desafiador clima tropical, as pragas são ameaças constantes, mas mudanças extremas no clima podem trazer ainda mais dificuldades e custos.
Além das grandes extensões de lavouras, o Brasil produz em tipos de clima diferentes como o tropical e o subtropical. Com as condições de umidade e temperatura favoráveis à proliferanção de agentes nocivos como os fungos, por exemplo, o país equilibra qualidade, produtividade e eficiência de custos.
A incidência maior de pragas em virtude de mudanças climáticas, estabelece o desafio de controle das infestações do ponto de vista de eficiência de custos, manutenção do volume produzido e, especialmente, qualidade e sanidade dos alimentos.
Construção de Cenários e Gestão de Riscos
Neste contexto, a construção de cenários levando em conta o clima instável e as mudanças climáticas factíveis, é a melhor forma de não sermos pegos de surpresa por algo que poderia ter sido previsto.
REFERÊNCIAS
Embrapa, Novacana