Gerenciamento de Risco Climático Ganha Variável Positiva
Pesquisa Desenvolvida pela Embrapa coloca o Manejo do Solo como uma variável a ser considerada na gestão de risco climático.
Pesquisa Desenvolvida pela Embrapa coloca o Manejo do Solo como uma variável a ser considerada na gestão de risco climático.
O estudo propõe adicionar à Gestão do Risco Climático um fator que é o uso e manejo do solo. Atualmente, o Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco (ZARC) – que indica o melhor momento e local para a semeadura da soja, com vistas a minimizar o risco de eventos climáticos adversos – não leva em consideração o solo.
Os pesquisadores acreditam que o manejo do solo pode contribuir definitivamente para o melhor aproveitamento da água. Já que as características de plantio da soja, favorecidas no verão, tem como fonte de irrigação as chuvas e a manutenção da umidade do solo.
O estudo propõe 4 níveis de manejo de solo. “Nossa proposta é enquadrar as áreas de produção de soja em quatro níveis de manejo (NMs), segundo indicadores e critérios que refletem os impactos das práticas agrícolas sobre características e processos físicos, químicos e biológicos do solo”, relata o Pesquisador da Embrapa Soja, Henrique Debiasi.
Os índices, organizados em ordem descrescente (NM1 ao NM4), teriam os seguintes indicadores de risco hídrico
- A quantidade de anos sem preparo do solo;
- A porcentagem de cobertura do solo na semeadura da soja;
- A diversificação de culturas consideradas nos últimos três anos;
- As condições gerais de fertilidade do solo pela concentração de magnésio e potássio (saturação por bases);
- O teor de cálcio e o percentual de saturação por alumínio que revela a probabilidade de ocorrer toxidez de alumínio para as plantas.
Os indicadores referem-se à qualidade do manejo e a fertilidade do solo, levando em conta a maior disponibilidade de água e crescimento radicular. Além disso, as seis texturas de solo já catalogadas, fariam parte da matriz. Ao todo, considerando 4 níveis e 6 texturas de solo, seriam 24 tipos de classificação de água, disponíveis para a avaliação do risco hídrico na cultura da soja.
As texturas do solo influenciam no comportamento físico-hídrico e químico do solo, e são ferramentas imprescindíveis para o uso e manejo dos solos utilizados para a agricultura (EMBRAPA / Propriedades do Solo). No Brasil, a classificação de tamanho de partículas utilizada segue um padrão (Embrapa, 1979) e apresenta as seguintes categorias: Argila, Silte, Areia fina, Areia grossa, Cascalho, Calhau e Matacão.
Estes são alguns dos pilares que sustentam a adoção do manejo do solo como parte da gestão de risco climático. No entanto, é importante ressaltar que o manejo do solo entra como um agente de mitigação. Pois o diagnóstico que inclui as 24 classificações de risco, ajuda a oferecer mais acurácia na solução e no plano de contingência.
Importância da água na Gestão do Risco Climático da Soja
A água é um recurso essencial para agricultura. No caso da soja, é ainda mais evidente. As pesquisas realizadas pela Embrapa, no Paraná, ao longo de 15 anos, confirmam essa importância. Índices entre 650 a 700 mm de água, bem distribuídos ao longo do ciclo, trouxeram um rendimento melhor à colheita da soja.
Por isso, conseguir gerir melhor o risco climático, que envolve a gestão dos recursos hídricos, é vital. Com a adição do solo, como variável, é possível avaliar as medidas necessárias para evitar o sofrimento das plantas, seja pela falta ou excesso de água. De acordo com o evento climático adverso e seus efeitos esperados.
Destar forma o agronegócio está incrementando não apenas a gestão de Risco Climático. Mas a sustentabilidade da cadeia como um todo. Adotando medidas preventivas e preparando respostas para mitigar riscos de uma seca, ou de uma chuva prolongada e prejudicial.
A Soja Impulsiona o Desenvolvimento Técnico do Agronegócio Brasileiro
As soluções trazidas pela cultura da soja vão além do manejo de solo. Além disso, as contribuições trazidas por cada um dos estudos da Embrapa e outras instituições, fazem parte de um quebra-cabeças que vai sendo montado aos poucos, mas em ritmo constante. Fazendo com que o agro brasileiro esteja cada vez mais na vanguarda do desenvolvimento sustentável.
Além da análise de risco, gestão de recursos naturais e muita inovação, a soja traz o desenvolvimento de novas tecnologias e práticas de manejo. A cadeia produtiva da soja, por ser uma das maiores e mais amplas, é um grande laboratório que traz resultados a cada momento. A soja colocou o Brasil como referência em Produtividade e Sustentabilidade. E suas contribuições se espalham por outras cadeias produtivas.