Base Genética é Chave para Resistência e Resiliência de Peixes às Doenças, afirma Estudo.
A produção de tambaqui em confinamentos e cultivos intensivos tem ganhado importância nacional, juntamente com a tilapicultura. Os desafios aumentam à medida que a cadeia se expande, exigindo inovação para garantir a sustentabilidade.
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A produção de Tambaqui, segundo maior peixe de cultivo do Brasil, enfrenta um desafio grande. Uma doença de importância econômica chamada acantocefalose, que é causada por um parasita de nome Neoechinorhynchus buttnerae.
Embora não seja transmissível e nem prejudicial aos humanos, a parasitose interfere no ganho de peso dos animais e causa prejuízos aos produtores. O parasita se instala no intestino do peixe e causa efeitos menos graves nos tambaquis de vida livre.
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Confinamentos Sofrem com a Doença
No entanto, os confinamentos e cultivos intensificados, sem as devidas medidas de biosseguridade, criam as condições para a proliferação do parasita e seus ovos, dentro de um ambiente restrito, o que favorece a reinfecção do peixe e então, os efeitos podem ser devastadores.
“Para o produtor, a acantocefalose significa grande impacto no crescimento, no desempenho produtivo e, consequentemente, na renda”, explica Gustavo Valladão, da Universidade Nilton Lins.
Melhoramento Genético contra Acantocefalose
Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal e a Universidade Nilton Lins (Manaus, AM), com colaboradores internacionais e apoiada pela FAPESP, trouxe respostas que podem ajudar a solucionar o problema através do melhoramento genético dos peixes.
O experimento analisou uma população de peixes composta por 70 famílias, originárias de dois grupos de reprodução, com 35 famílias cada um. Os grupos foram separados em dois tanques distintos para análise estatística descritiva das amostras expostas aos patógenos, com o objetivo de avaliar:
- Resistência: o número total de parasitas no tambaqui;
- Resiliência: capacidade do peixe de continuar crescendo mesmo com a infecção;
“Nós vimos que animais de determinadas linhagens eram mais resistentes ou mais resilientes ao parasita. Encontramos animais com 300, 400 acantocéfalos no intestino e outros com apenas dez ou 20 parasitas. Os exemplares com poucos parasitas eram aparentados, o que sugeriu um componente genético nesta resistência”, explica Diogo Hashimoto, do Centro de Aquicultura da Unesp de Jaboticabal.
Base Genética de Transmissibilidade de Características são Fundamentais
O estudo trouxe resultados importantes para o manejo dos tambaquis. Segundo a pesquisa, os tambaquis que apresentaram maior resistência tinham parentesco entre si, indicando o impacto da base genética na saúde dos animais, bem como a possibilidade de transmissão dessas características aos descendentes.
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Além disso, a metodologia de avaliação da resistência e resiliência dos peixes às parasitoses será mais eficiente. Já que os animais poderão ser analisados a partir de marcadores de DNA. Com esse avanço, um pequeno pedaço de nadadeira já será suficiente para obter informações precisas da condição genética dos peixes.
“Atualmente, precisamos sacrificar o peixe para determinar se ele é resistente ou resiliente à parasitose. Para evitar a perda de boas matrizes com genética superior, estamos desenvolvendo uma ferramenta de seleção genômica baseada em marcadores de DNA”, explica Hashimoto.
Impactos do Melhoramento Genético na Sustentabilidade
As descobertas abrem novas perspectivas para o melhoramento genético dos peixes, com vistas à sustentabilidade econômica, mas também segurança alimentar e bem-estar animal. Já que os peixes saudáveis podem reproduzir seu comportamento natural com maior eficiência em aproveitamento dos nutrientes.
“É possível selecionar peixes que sejam bons tanto em resistir quanto em suportar a doença, garantindo um desempenho produtivo razoável em sistemas de produção”, explica Hashimoto.
Além disso, o controle de doenças de forma biológica e de baixo custo é outra vantagem importante. Já que evita a aplicação de remédios, que podem ter impactos ambientais importantes, mesmo que não permaneçam na biomassa dos peixes.
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