O Potencial de captura de carbono da citricultura foi objeto de uma pesquisa inédita realizada pela Embrapa Territorial (SP) e apresentada no 62º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (Sober).

A cultura citrícola está entre as principais do Brasil, que é o maior produtor de laranja do mundo e o maior exportador de suco de laranja também. Os pomares ocupam uma área de 575.437 hectares com mais de 250 mil pés produtores (IBGE, 2024).

A gigantesca área, além de gerar riquezas e divisas para o Brasil, tem potencial de captura e armazenamento de carbono, que é o novo ativo do agronegócio. Os produtores brasileiros, que incorporam dia a dia a sustentabilidade ao processo produtivo, podem colocar o mercado de carbono voluntário no radar.

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Potencial de Captura de Carbono da Citricultura

A pesquisa parametrizou os Gases do Efeito Estufa (GEE), entre eles o dióxido de carbono – CO2, o metano – CH4, o óxido nitroso – N2O, pela medida de carbono equivalente (tCO₂e). Apesar de ser a primeira vez que se chega a um valor do indicador para a produção de laranjas, a estimativa está alinhada aos parâmetros internacionais.

“O que estamos fazendo é um trabalho pró-ativo para traçar perspectivas e estabelecer referências com base em metodologias adotadas internacionalmente”. Daniela Tatiane de Souza, analista da Embrapa.

A iniciativa torna-se referência para o mercado voluntário de carbono brasileiro e serve para balizar demais iniciativas sustentáveis, como o pagamento por serviços ambientais realizados. Considerando, por exemplo, o valor pleno de mercado das terras imobilizadas para preservação ambiental no Brasil, que chegou a (incríveis) R$ 3,1 trilhões de reais.

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Preço do Carbono da Citricultura Brasileira

Embora não haja um mercado de carbono regulado e operante na agricultura, a estimativa ajuda a dar tração no assunto, chamando a atenção dos produtores a partir do preço do carbono, estimado em US$ 7,72 por tonelada de gás carbônico equivalente (tCO₂e).

A precificação de carbono serve como um incentivo financeiro para que o setor produtivo possa investir cada vez mais em práticas e processos sustentáveis. Bem como fomenta um mercado de inovação para o desenvolvimento de tecnologias capazes de reduzir as emissões. Além disso, torna-se referência para quem vai receber ou pagar por isso.

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Com o avanço das tecnologias, essa estimativa pode até melhorar, já que o aumento da eficiência do processo produtivo em capturar e armazenar carbono valoriza ainda mais a sustentabilidade como ativo financeiro, social e ambiental.

“Esse valor serve também para programas governamentais de redução de emissões que precisam de referências, assim como para os programas de pagamento por serviços ambientais que vêm sendo implementados no Brasil”. Lauro Rodrigues Nogueira Júnior, pesquisador da Embrapa.

Mercado Voluntário Internacional de Carbono

O valor estimado para o carbono equivalente da citricultura brasileira (US$ 7,72) está muito próximo do valor médio do carbono no mercado voluntário na agricultura mundial, levantado pelo Eurosystem Marketplace, que ficou entre US$ 6,61 a US$ 11,02 por tCO₂e. O que demonstra a acurácia das estimativas da Embrapa.

Biodiversidade nos Laranjais

Além do potencial de captura de carbono da citricultura, cujos estoques de carbono no cinturão citrícola foram estimadas em 36 milhões de toneladas, com média de 50 quilos do elemento por árvore, o projeto de pesquisa da Embrapa e do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), identificou 314 espécies de animais silvestres no cinturão citrícola brasileiro.

Demonstrando todo o potencial do setor produtivo agrícola em produzir sob os três pilares da sustentabilidade: econômico, ambiental e social. Além de comprovar que o agronegócio brasileiro é capaz de produzir de forma eficiente e em harmonia com o meio ambiente.

Veja o Video da Embrapa Sobre a Biodiversidade nos Laranjais