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Solução biológica com plantas nativas protege saúde do tambaqui

Óleos de plantas amazônicas mostram eficácia no controle biológico de vermes em tambaquis, oferecendo alternativa segura e sustentável ao produtor.

Extraída do site da Embrapa. Foto: Siglia Souza
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A ciência brasileira descobriu um tratamento biológico, com extratos de vegetais nativos, para controlar verminoses que afetam o peixe mais cultivado no país. É uma opção mais segura e ecologicamente correta para o produtor rural.

Nova alternativa biológica para o tambaqui

A Embrapa anunciou avanços na busca por alternativas naturais para a saúde animal na aquicultura. A descoberta aponta para óleos essenciais de plantas do gênero Piper, nativas do bioma, como solução eficaz para combater vermes monogenéticos que atacam as brânquias do tambaqui (Colossoma macropomum), o peixe nativo mais produzido no Brasil.

Duas espécies, a P. callosum e a P. hispidum, demonstraram ser as mais promissoras no controle da infestação, oferecendo um caminho promissor para o manejo sanitário nas fazendas de peixes.

Segurança econômica e ambiental para a atividade

O controle sanitário é crucial para a continuidade de negócios na piscicultura, pois a infestação parasitária pode impactar até 22% dos custos totais de cultivo do peixe nativo.

Atualmente, o produtor utiliza quimioterápicos como formalina e organofosforados, que geram preocupações sérias, como riscos à saúde dos trabalhadores rurais, seleção de parasitas resistentes e impactos no meio ambiente.

A busca por soluções mais seguras alinha-se aos princípios de gestão de riscos de negócio (ESG), essenciais para a longevidade da cadeia produtiva do agronegócio.

Conhecimento ancestral e pesquisa de ponta

O trabalho é fruto de uma colaboração estratégica entre a Embrapa Amapá, a Universidade Federal do Amapá (Unifap) e a Embrapa Amazônia Ocidental. O conhecimento científico moderno utilizou o saber tradicional de comunidades amazônicas, que utilizam essas plantas medicinais há muito tempo, e envolveu estudos agronômicos, como o sistema de cultivo e o processo de secagem das plantas em Manaus, e a posterior análise da composição química dos óleos essenciais.

Solução segura e aplicação prática

A eficácia dos óleos está na sua capacidade de desestruturar a membrana dos parasitas, dificultando sua fixação nas brânquias e facilitando a eliminação, conforme análises de microscopia eletrônica. Os testes de laboratório comprovaram a segurança, com ausência de toxicidade e mortalidade dos peixes nas concentrações utilizadas.

O tratamento é feito por meio de banhos terapêuticos, variando conforme a espécie vegetal:

  • Para o P. callosum, são banhos curtos de 20 minutos.
  • Para o P. hispidum, o protocolo é de três banhos de uma hora, com intervalos de 48 horas.

O manejo preventivo de doenças, aliado a essa nova ferramenta, reforça as boas práticas de produção e de preservação ambiental.

Os desafios da validação e escala de produção

Para que a solução chegue de fato ao produtor rural e traga o benefício da redução de custos, o passo seguinte é a validação dos resultados em tanques de piscicultura, simulando as condições reais de produção.

Os pesquisadores alertam que existem desafios importantes que precisam ser superados antes da adoção em larga escala. É fundamental estabelecer:

  • Regulamentação específica para uso desses óleos na aquicultura.
  • Garantir a disponibilidade e viabilidade econômica da produção em escala das espécies vegetais.

A superação dessas etapas transformará a descoberta em uma ferramenta estratégica para uma aquicultura eficiente e mais alinhada à sustentabilidade, em concordância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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