Apicultura no RS: Tragédia Reduziu o Número de Colmeias no Estado. Polinização é Essencial para Recuperar a Agricultura.

A tragédia climática ocorrida no Rio Grande do Sul no Início de 2024 mantém reflexos duradouros. Os danos à apicultura podem alcançar a fertilidade das lavouras pela redução dos polinizadores.

Tragédia Reduziu Número de Colméias. Imagem: Istockphoto.com

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A tragédia climática que ocorreu no início de 2024 no Rio Grande do Sul trouxe prejuízos e incertezas que perduram ao longo do tempo. O Estado é um dos grandes produtores agrícolas do Brasil com protagonismo na produção de commodities importantes como o arroz, aveia branca, maçã e trigo.

Entre as atividades importantes do Estado, os gaúchos têm na apicultura uma importante fonte de receita do agronegócio, com geração de renda e impacto social. Segundo o IBGE, o RS domina a produção de mel de abelhas no Brasil com 9 mil toneladas em 2023.

As chuvas torrenciais que mudaram a paisagem do Estado ainda trouxeram um problema camuflado ao reduzirem substancialmente o número de colmeias. Além de afetar o resultado direto da atividade, pode trazer reflexos na recuperação das lavouras, pela falta de polinizadores.

Projeto Busca Soluções para Recuperação do Setor Apícola Gaúcho

A Embrapa Meio Ambiente, por meio do projeto “Observatório de Abelhas do Brasil, com Foco no RS”, elaborou um relatório que quantifica os prejuízos e que aponta caminhos para a recuperação do setor.

O projeto do observatório é uma iniciativa da Embrapa Meio Ambiente com o Ministério Público do RS, a Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) e 14 empresas do setor de insumos agrícolas.

Tragédia Reduziu Colmeias no Rio Grande do Sul

Ao todo, foram documentadas 21 mil colmeias perdidas em 88 municípios (cerca de 4,55% do total das colmeias gaúchas. Segundo a pesquisa, a grande maioria foi destruída imediatamente pelo desastre climático.

Proporção e Temporalidade das Perdas das Colmeias:
  • Perdas Imediatas ao Desastre Climático: 27%;
  • Perdas Posteriores ao Desastre Climático: 8%;
  • Colmeias Remanescentes: 65%;
Causas das Perdas das Colmeias Após o Desastre
  • Carência de Floradas: 57%;
  • Clima Adverso: 19%;
  • Ataque por Predadores: 14%;
  • Dificuldade de Acesso: 10%;

Soluções Possíveis para Mitigar os Efeitos da Tragédia na Apicultura

  • Curto prazo: reposição das colmeias com fornecimento de novas caixas e a suplementação alimentar.
  • Médio e longo prazos: criação de linhas de crédito específicas, um seguro rural apícola e um fundo emergencial para apicultores.
  • Outras medidas: programas de capacitação técnica e fortalecimento das cooperativas, com foco na valorização comercial dos produtos apícolas.

O projeto também sugeriu a instalação das colmeias em áreas mais elevadas e oferta de culturas que ofereçam alimentos às abelhas, de forma a tornar a atividade mais rentável e sustentável, além de mitigar os riscos decorrentes de novas catástrofes.

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