Clima e Greening Desafiam a Citricultura, Colheita pode ser a Menor desde 1988.
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As ameaças aos pomares brasileiros não se resumem apenas a doenças como o Greening. Os riscos climáticos também encontram seu papel decisivo na equação do agro, cada vez mais complexa.
O Brasil é o maior produtor de laranja do mundo, e maior exportador de suco de laranja (76% do mercado mundial). Esse ativo pode sofrer não somente com a queda de produtividade, mas com a inviabilidade dos pomares.
O clima, essencial ao agronegócio, precisa ser compreendido. Suas novas matizes devem ser consideradas seriamente pois, caso os eventos raros estejam se tornando mais frequentes ou intensos, é sinal que algo já mudou!
Impactos Diretos do Clima nos Pomares
– Menor tamanho dos frutos, por causa do clima quente e seco;– Evapotranspiração intensa, agravando a severidade da seca;– Maturação dos frutos mais rápida por causa do calor;– Ritmo de colheita mais rápido;
Enquanto isso, o greening avança e gera seus reflexos. Entre 2022 e 2024 houve um aumento de 86% no número de árvores afetadas, enquanto a taxa de erradicação caiu 26% e a produção de laranja 31%.
Os efeitos dessa combinação explosiva podem ser sentidos nas projeções de safras. A reestimativa (setembro) da safra de laranja 2024/25 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, prevê uma colheita 7% menor que o estimado em maio.
Os números divulgados pelo Fundecitrus no dia 10/09/2024 apontam volume de 215,78 milhões de caixas de 40,8 kg, o que representa uma diminuição de 16,6 milhões de caixas em relação à expectativa anterior.
Apesar das medidas mitigadoras, que surtiram efeito na taxa de queda de frutos, o cenário ainda é incerto. Os produtores esperam uma melhora, à medida que a colheita avança para a quarta florada, considerada mais expressiva nesta safra.
Já a menor produtividade da série foi identificada no ciclo 1988/89, quando foram produzidas 214 milhões de caixas de 40,8kg. Desde então, o menor patamar da série histórica havia sido registrado no ciclo 2017/18 com 245 milhões de caixas.
Para o ciclo 2024/25, estima-se uma produção de 215,78 milhões de cx de 40,8kg de laranja, o segundo pior do setor em 36 anos. Em toneladas, são 8,7 em 1988/89 contra 8,8 toneladas em 2024/25.