HomeAgronegócio Centro apoiado pela FAPESP apresenta tecnologias digitais para produção de mel e açaí

Centro apoiado pela FAPESP apresenta tecnologias digitais para produção de mel e açaí

Soluções para agricultores familiares do arquipélago do Marajó, no Pará, foram destaque na AgriZone da COP30

Monitor apresenta as funcionalidades do Infobee na AgriZone , durante a COP30 (foto: Paula Drummond/Semear Digital).
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Agência FAPESP * – O Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (Semear Digital) apresentou na AgriZone – a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa, durante a COP30 em Belém (PA) – soluções digitais para agricultores familiares das cadeias do mel e do açaí desenvolvidas no Distrito Agrotecnológico (DAT) de Breves, município do arquipélago de Marajó, no Pará. Sediado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Agricultura Digital, em Campinas (SP), o Semear Digital é um dos CCDs da FAPESP.

Entre as tecnologias está a plataforma Infobee, desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Equilibrium Web, que reúne informações técnico-científicas, econômicas e de mercado para apicultores e meliponicultores. A ferramenta oferece recursos como o ZapBee, atendimento via WhatsApp com inteligência artificial, um calendário apícola e um meliponário 3D para fins educativos. O objetivo é apoiar criadores na melhoria das práticas de manejo e na qualificação da produção.

Além da plataforma, o Semear Digital está aprimorando o ManejaTech-Açaí, aplicativo criado para apoiar o manejo de açaizais nativos, como os que ocorrem em Breves. A ferramenta funciona sem necessidade de internet, uma condição essencial na região. O aplicativo permite que o próprio produtor realize o inventário florestal dos açaizeiros em sua área, defina parcelas e registre as plantas existentes, receba recomendações automáticas de manejo, como desbaste, replantio ou direcionamento da produção, acompanhe o histórico de intervenção e colheita e registre a produção e comercialização de forma padronizada (leia mais em: agencia.fapesp.br/53407).

“O ManejaTech-Açaí é construído a partir da realidade do produtor. Não é uma solução que nasce da cabeça do pesquisador ou do analista, mas das dinâmicas e necessidades identificadas no campo”, explica Michell Costa, da Embrapa Amazônia Oriental. Segundo ele, a participação ativa dos agricultores desde a definição das funcionalidades até os testes em campo é o que garante a utilidade da ferramenta.

Representando os produtores do Marajó, Afonso Queiroz destaca o impacto prático do ManejaTech-Açaí na rotina dos agricultores. Segundo ele, a ferramenta já começa a transformar a gestão da cadeia. “O aplicativo é um marco para o açaí do Marajó. Com o registro digital, o produtor consegue comprovar sua produção e acessar crédito com mais segurança. Antes era tudo no papel, hoje sabemos exatamente quais áreas são mais produtivas e onde precisamos concentrar o trabalho”, afirma.

Novas funcionalidades do aplicativo preveem reconhecimento assistido de plantas, cálculo automático de biomassa e estimativas de carbono estocado, funções que podem apoiar iniciativas de crédito verde e certificação ambiental no futuro.

“Queremos apoiar o desenvolvimento de pesquisas em internet das coisas [IoT] e inteligência artificial para dotar os manejadores de biodiversidade amazônica de ferramentas digitais que possam ajudar no aumento da produtividade e renda, porém com a manutenção da floresta em pé”, completa Costa.

“Queremos mostrar que a agricultura brasileira pode ser parte da solução para a crise climática e isso também passa por incluir os pequenos e médios produtores rurais na transformação digital”, afirma Silvia Massruhá, presidente da Embrapa e coordenadora-geral do Semear Digital. “O desafio do Semear Digital é desenvolver soluções digitais para a agricultura de pequena e média escala. Atuamos em dez municípios, organizados como distritos agrotecnológicos, presentes em todos os biomas do Brasil, onde testamos tecnologias em cadeias como mel, açaí, leite, frutas e aquicultura, entre outras. Na Amazônia, nosso distrito agrotecnológico é em Breves, com a cadeia de açaí e mel”, explica Edson Bolfe, da Embrapa Agricultura Digital.

Durante a COP30, a AgriZone, instalada na Embrapa Amazônia Oriental, sediou cerca de 400 atividades. Entre os destaques, o meliponário Iratama (“casa das abelhas”) recebeu visitantes interessados nas abelhas nativas da Amazônia, na maioria sem ferrão, cuja importância ecológica e econômica vai além da produção de mel, se entrelaçando com o manejo florestal do açaí (leia mais em: agencia.fapesp.br/56490).

No Iratama, visitantes puderam conhecer de perto espécies como abelha-mosquito, jataí e mirim, fundamentais para a polinização de plantas amazônicas, incluindo o açaí. Pesquisas apontam que a presença e diversidade dessas abelhas podem elevar de forma significativa a produção de frutos. Segundo o pesquisador Daniel Pereira, da Embrapa Amazônia Oriental, o Brasil conta com 244 espécies de abelhas, das quais 119 ocorrem no Pará e cerca de 30 já são manejadas em colmeias.

* Com informações de Paula Drummond, do Semear Digital.
 

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