Expectativas para o Setor Sucroalcooleiro na Safra 2025/26. Cenário projetado é desafiador.

O relatório do projeto Campo Futuro, uma colaboração entre a CNA, SENAR e Pecege/USP, publicou uma análise de mercado e perspectivas para o setor sucroenergético brasileiro, focando na safra 2025/26, e prevê um cenário desafiador.

As expectativas para o Setor Sucroalcooleiro na safra 2025/26 incluem uma produtividade da cana-de-açúcar afetada por condições climáticas desfavoráveis, com queda de moagem e qualidade de matéria-prima. Além disso, um aumento de custo de insumos importados e oscilação cambial são variáveis a impactar a safra.

Principais Indicadores de Produção para 2025/26 (comparado a 2024/25):

Segundo o relatório do projeto Campo Futuro, moagem, produtividade e área colhida devem sofrer retração na safra 2025/26, com quedas importantes que podem afetar o resultado final da colheita e serão desafios à gestão da cadeia produtiva para compor o mix de produção.

• Moagem: estimada em 593,3 milhões de toneladas (-4,6%);
• Produtividade: espera-se uma redução para 74,62 t/ha (-4,1%);
• Área Colhida: estimada em 7,701 milhões de hectares (-2,51%).

Dados: Sistema CNA/Senar, 2025. Em relação à safra anterior.

Qualidade da Matéria-Prima (ATR – Açúcares Totais Recuperáveis):

O ATR total estimado é de 82,729 milhões de toneladas, que representam uma redução de 5,70% em relação à safra anterior. Para o ATR médio (kg/t) estima-se uma queda de 1,16%. Em termos gerais, a qualidade do ATR deve ser 1,6% menor.

Mix de produção estimado para a Safra 2025/26

• Açúcar: produção estimada em 39,82 milhões de toneladas (-0,88%).

• Etanol: a produção total prevista para 24 bilhões de litros (-10,17%). Sendo que o Etanol Hidratado deve totalizar 14,96 bilhões de litros (-11,37%), enquanto o Etanol Anidro deve totalizar 9,04 bilhões de litros (-8,10% em relação à safra anterior).

Principais Desafios Esperados para o Setor Sucroalcooleiro

• Alta projetada do dólar acima de R$ 5,80/US$ para 2026;
• Aumento de custos de insumos importados;
• Alta nos custos operacionais;
• Condições Climáticas Incertas com oscilações entre períodos de seca e chuvas intensas;
• Queda na produtividade agrícola por desgaste das áreas cultivadas.

Considerações Finais

Em virtude do cenário desafiador, o relatório aponta caminhos para enfrentá-lo a partir do planejamento e estratégias de longo prazo. O foco deve ser na eficiência operacional, com atenção especial aos riscos climáticos e financeiros.