Agricultores americanos adotam práticas sustentáveis e enxergam potencial nas culturas de cobertura e plantio direto.
As melhores práticas de produção aliada à conservação do solo, amplamente utilizadas no agro brasileiro, avançam no cotidiano dos agricultores americanos.

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O agronegócio brasileiro adota práticas como plantio direto e culturas de cobertura como forma de garantir a sustentabilidade da produção, conservando o solo e reduzindo custos. Essa tendência tem ganhado força na agricultura americana que, a cada dia mais, torna-se concorrente importante, sobretudo pelas receitas de exportação.
Esse avanço, apesar de tímido, traz em seu bojo uma tendência que pode impactar diretamente a relevância do agro americano no cenário da sustentabilidade. A adoção de práticas sustentáveis, além do valor reputacional, também ajuda a reduzir riscos e melhora a qualidade dos produtos.
No caso dos Estados Unidos, a amplificação dessas práticas conservacionistas integra um novo framework do agro local, como uma questão estratégica, já que o país amplia sua participação no mercado de biocombustíveis e passa a ser fonrecedor estratégico de energia renovável, para citar um exemplo.
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Estudo mostra que agricultores americanos avançam nas práticas conservacionaistas.
Um estudo do ERS (Economic Research Service) da USDA concluiu que agricultores que usam culturas de cobertura, nas lavouras de milho ou algodão, são mais propensos a adotar outras práticas de conservação que beneficiam a saúde do solo e o meio ambiente.
Entre as principais práticas sustentáveis estão a adoção de plantas de cobertura, plantio direto e plantio reduzido. A primeira, está presente em cerca de 8,2% da área de milho e algodão pesquisada (dados de 2015 a 2021). Sendo que a área do Milho subiu de 5,5% em 2016 para 7,9% em 2021; e do Algodão subiu de 6,1% em 2015 para 9% em 2019.
Para termos uma ideia, em 2016 5,5% da área de milho em grão usava culturas de cobertura. Em 2021, essa porcentagem subiu para 7,9%. Já para o algodão as culturas de cobertura tiveram um crescimento semelhante, com um aumento de 46% entre 2015 e 2019.
No comparativo da adoção delas entre campos que usam e não usam culturas de cobertura, temos que entre as áreas que usam culturas de cobertura 41,4% adotam plantio direto e 33% adotam plantio reduzido. Já entre as áreas que NÃO usam culturas de cobertura 28,2% adotam plantio direto e 31,7% adotam plantio reduzido.
Práticas sustentáveis aumentam eficiência e reduzem custos.
O estudo ainda mostra a correlação entre as práticas conservacionistas e a aplicação de nitrogênio no solo, durante o ciclo produtivo. Nos campos sem culturas de cobertura a maior parte do nitrogênio é aplicado antecipadamente (no outono e na primavera, antes do plantio).
Já nos campos com culturas de cobertura o nitrogênio é aplicado, em geral, mais tarde na estação (no plantio ou, principalmente, após o plantio). Neste caso, o fertilizante é disponibilizado para a planta no momento em que ela mais precisa, otimizando seu desenvolvimento.
Veja o gráfico de aplicação de nitrogênio nas lavouras de milho e algodão, de acordo com o tipo de plantio.

Considerações Finais
Apesar da pequena porcentagem dos campos cultiváveis adotarem práticas sustentáveis, a boa notícia para o agro americano é que a tendência dos agricultores adotarem mais práticas conservacionistas pode impulsionar a sustentabilidade no país.
A exemplo do Brasil, onde as práticas sustentáveis tem aumentado a competividade do setor, nos Estados Unidos elas podem ser ainda mais relevantes, já que os americanos são extremamente eficientes em gerar valor reputacional para seus produtos.
Além disso, à medida que a eficiência dos manejos e sua capacidade de gerar retorno financeiro fica conhecida dentro do país, o fato de os agricultores estarem dispostos a agregar mais processos sustentáveis indica o potencial de capilaridade das tecnologias.
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REFERÊNCIA: Farmers adopting cover crops are more likely to adopt other conservation practices.