Fixação Biológica de Nitrogênio Além da Soja Promete Ganhos Econômicos e Ambientais.
O Brasil bateu recordes de importação de fertilizantes nitrogenados em 2024 (CONAB, 2024) que, embora eficientes, têm impacto ambiental significativo. A FBN (Fixação Biológica de Nitrogênio) é uma alternativa viável, mas demanda mais pesquisa e investimentos.

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A Fixação Biológica de Nitrogênio é uma tecnologia conhecida da ciência brasileira, especialmente na cultura da soja, principal commodity agrícola brasileira em valor de produção e exportação.
A escala nacional de produção da leguminosa favoreceu os investimentos em pesquisa para a melhoria de processos e manejo das plantações, inclusive com propósitos de sustentabilidade, que promovem eficiência na produção e redução de impactos ambientais.
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No entanto, a mesma escala torna-se um gargalo pois, culturas como soja, milho, algodão, trigo etc, demandam volume dos fertilizantes nitrogenados. Esses químicos, por sua vez, enfrentam o gargalo da produção nacional, que não dá conta da demanda, empurrando o país para a dependência das importações do produto.
Pesquisadores da Embrapa Buscam Ampliar a FBN para Outras Culturas
A insuficiente produção nacional, combinada à alta demanda dos fertilizantes, gera uma dependência das exportações, que expõe o agro brasileiro às oscilações cambiais e incertezas de mercados externos, além das instabilidades geradas em áreas de conflito e questões geopolíticas complexas.
Desta forma, torna-se necessário ampliar a pesquisa para dar escala à fixação biológica do nitrogênio, como forma de mitigar os riscos de negócio e também redução de emissões dos GEE, o que adiciona valor reputacional à nossa produção agropecuária.
Segundo os dados da Embrapa, em 2021 o manejo de Fixação Biológica de Nitrogênio economizou cerca de 38 bilhões de reais nas importações de adubos nitrogenados, em 2022 a economia chegou a 72 bilhões de reais, demonstrando que a sustentabilidade do agronegócio no Brasil é uma realidade e combina premissas ambientais e financeiras.
Fixação Biológica de Nitrogênio Além da Soja
Para que a FBN se consolide como um mercado rentável, além de sustentável, é necessário dar escala nas soluções para além da soja, apostando em outras culturas de grãos, fibras, pastagens e hortifruti.
Entre as culturas agrícolas-chave, alvo das novas pesquisas de Fixação Biológica da Embrapa, destacam-se:
- Milho;
- Trigo;
- Arroz;
- Pastagens;
- Alface;
- Tomate;
- Batata;
- Café.
“Nosso objetivo é investir em tecnologias de ponta, como a edição gênica, para aprimorar o desempenho das bactérias utilizadas nesse processo, além de expandir a FBN para plantas não leguminosas. Essa é hoje uma das principais estratégias da pesquisa agropecuária brasileira, O conhecimento adquirido pela Embrapa na mitigação de emissão de carbono e adaptação de culturas agrícolas aos riscos climáticos nos garante a base científica para essa evolução”.
Clenio Pillon, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa.
A importância de destacar as culturas vem da necessidade de soluções específicas que melhorem a relação da planta com os nutrientes disponíveis no solo, tornando o processo de absorção de nutrientes e FBN mais eficiente.
Além disso, possibilita um manejo específico e padronizado para cada cultura, de modo que a padronização abra portas à melhoria constante, através de indicadores de performance direcionados, que permitam mensurar a eficácia e eficiência da FBN, para cada cultura.
Em outras palavras, o investimento em pesquisa do manejo de fixação biológica de nitrogênio da Embrapa vai fazer muito mais que tornar o agro brasileiro mais sustentável, estamos vendo nascer as bases de um mercado de inovação sustentável e potencialmente lucrativo.
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