HomeAgronegócio Custos da cana variam por região, com Nordeste mais caro

Custos da cana variam por região, com Nordeste mais caro

O Custo Operacional Efetivo na produção do vegetal cresceu nas duas principais áreas, mas a dinâmica dos valores difere entre si.

Imagem: Istockphoto.com
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A gestão eficiente dos custos é crucial para a competitividade da cadeia sucroenergética nacional. O Brasil é o maior produtor global de cana-de-açúcar. As etapas de tratos culturais e colheita formam mais de dois terços do custo operacional do setor. A CNA, por meio do projeto Campo Futuro, analisou a evolução desses custos e suas variações regionais.

Disparidade de Custos por Tonelada

O levantamento realizado pela CNA, SENAR e Pecege/USP, no âmbito do Campo Futuro, aponta uma diferença no Custo Operacional Efetivo (COE) da cana-de-açúcar por tonelada entre as regiões.

  • O Nordeste (NE) registrou COE de R$ 130,98 por tonelada na safra 2024/25.
  • O Centro-Sul (CS) apresentou COE de R$ 106,34 por tonelada na safra 2025/26.

No Centro-Sul, o COE total cresceu 12,9% por tonelada na safra 2025/26. A elevação é reflexo, principalmente, do aumento em despesas administrativas (+47,2%) e capital de giro (+27,9%). Os custos com tratos culturais subiram 8,2%. Já o Nordeste teve um aumento de 7,3% no COE por tonelada, atingindo R$ 130,98.

Diferença na Estrutura Operacional

A composição de gastos explica a diferença do custo unitário entre as regiões. As operações com maquinário e mão de obra representam a maior fatia do COE.

  • No Centro-Sul, o Maquinário responde por 44,5% do COE.
  • No Nordeste, as operações somam 58,5% do COE, sendo 35,2% Maquinário e 23,3% Mão de obra.

A participação da mão de obra no Nordeste é significativamente maior. O custo por tonelada da mão de obra rural é mais elevado. A região ainda destina 23% do COE exclusivamente à mão de obra. Isso ocorre devido a desafios estruturais, como o relevo e a escassez de mão de obra.

Dinâmica nos Tratos Culturais e Colheita

A análise detalhada indica mudanças na alocação da frota e na eficiência produtiva.

Centro-Sul: Avanço da Mecanização

  • Houve uma redução nos custos com maquinário próprio na etapa de tratos culturais em 10,5%.
  • Os gastos com mão de obra própria nos tratos caíram expressivamente em 90,9%.
  • Essa queda nos custos com maquinário próprio e mão de obra mostra a substituição do trabalho manual pela tecnologia.

Nordeste: Mudanças Lentas e Pontuais

  • O custo total com maquinário na colheita subiu 24,8%.
  • O gasto com mão de obra terceirizada nos tratos teve queda de 75,5%.
  • A colheita própria por mão de obra cessou a participação no custo.
  • A mecanização avança mais lentamente devido a fatores como o relevo. A região ainda mantém sistemas produtivos tradicionais.

Insumos Agrícolas

Os insumos agrícolas formam a segunda maior categoria de custos na produção canavieira. O Centro-Sul tem participação proporcionalmente maior (33,1% do COE) do que o Nordeste (24,8% do COE).

Fertilizantes e Corretivos

  • Participação similar nas duas regiões: 20,4% no CS e 19,3% no NE.
  • A dependência de importação torna os custos sensíveis ao mercado internacional.
  • O Nordeste foi mais afetado pelo aumento de preços internacionais. O Centro-Sul teve o impacto mitigado pela apreciação cambial após o primeiro trimestre de 2025.

Derivados e Combustíveis

  • O aumento dos preços do diesel no início de 2025 pressionou o custo de maquinário na colheita no Nordeste.
  • No Centro-Sul, o início da safra em tendência de queda do diesel ajudou a mitigar o impacto.

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