Gado Sindi pode alavancar produtividade da pecuária no semiárido.
Certificado de pureza de origem (PO) da raça, obtido pela Embrapa, permite a comercialização de material genético que contém a rusticidade e resiliência climática dos animais, essenciais para a região.
A bovinocultura no semiárido brasileiro obteve um rendimento médio de carcaça de 249,42 kg (1,52% menor que a média nacional), diferença que, multiplicada pelo número de cabeças abatidas na região em 2023, cerca de 717.145, pode representar um total de R$ 61 milhões de reais a menos no faturamento.
Enquanto isso, a pecuária leiteira no semiárido recebeu R$ 2,25 reais por litro de leite (2024), valor que é 9,55% menor que a média nacional (sem a região Nordeste). O déficit representa uma perda de até R$ 1,43 bilhão de reais, considerando a produção da Região Nordeste em 2024, que totalizou de 6.018.676 mil litros.
Dados: IBGE, 2024. Considerando o valor de R$ 307,95 por arroba de animal abatido.
Qualidades do rebanho Sindi podem ajudar a pecuária no semiárido
O gado Sindi, uma raça zebuína originária do Paquistão, apresenta boa capacidade de produzir carne e leite, mesmo em condições adversas, os animais são rústicos e resistentes ao calor, o que é uma grande vantagem no desafiador clima quente e seco do semiárido nordestino. Excelente capacidade de ganho de peso e desenvolvimento de carcaça, além de fertilidade, são apontadas como outras qualidades da raça, essenciais para animais considerados de pequeno porte.
Melhoramento genético do gado
A certificação concedida à Embrapa pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), com o apoio técnico da apoio técnico da ABCSindi (Associação Brasileira dos Criadores de Sindi), reconhece a qualidade genética de um rebanho de 91 animais (machos e fêmeas) da Embrapa Semiárido (PE).
O rebanho da Embrapa, descendente direto dos animais que vieram do Paquistão para o Brasil (ainda nos anos 1950), apresentou a pureza de origem necessária para a comercialização de sêmen, embriões e animais vivos certificados para pecuaristas.
Dessa forma, as qualidades adaptativas do rebanho Sindi entram no mapa do melhoramento genético do plantel dedicado ao semiárido, bem como a conservação da raça pura, garantindo resiliência climática, produtividade, redução de perdas, variedade e segurança genética.
Perspectivas para a pecuária no Semiárido
A possibilidade de um plantel melhorado e adaptado ao clima desafiador, bem como a capacidade de pastejo em locais onde outras animais não teriam a mesma vocação, pode aumentar a produção tanto pelo aumento do rebanho como pela produtividade por hectare.
A genética Sindi deve dar novo impulso no agro com animais puros ou mestiços, de acordo com as necessidades de produção de carne e leite. O efeito deve ser sentido na melhora nos índices pecuários do semiárido, seja reduzindo o déficit em relação à média nacional seja pelo impacto social com a melhora nos rendimentos dos produtores.
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Referências:
Agência Embrapa: Gado resistente ao calor ganha certificação genética no Semiárido
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