Mastite Subclínica: O Prejuízo Silencioso na Pecuária Leiteira
A doença não apresenta sinais visíveis e compromete produção, lucro e qualidade do leite, exigindo controle rigoroso.

A mastite subclínica (MS) é uma vilã discreta, mas poderosa, na produção de leite no Brasil. Sem sinais visíveis no úbere ou no leite, ela pode afetar quase metade do rebanho nacional — com uma média de incidência de 46,95% e picos que chegam a 48,6%, conforme apontam os dados do Relatório Pecuária Leiteira (out/25) do projeto Campo Futuro CNA/Senar.
Ainda segundo a publicação, o impacto da doença nas propriedades reflete-se diretamente na produtividade, com perdas diárias que variam entre 0,18 e 0,88 litro de leite por teto afetado, dependendo do agente infeccioso envolvido.
As Perdas Diárias e a Margem do Produtor
O relatório utilizou como base uma propriedade modelo de Uberlândia (MG), com 22 vacas em lactação e produção diária de 400 litros, a MS pesa no bolso. Com margem bruta de R$ 0,10 por litro (dados de agosto/25), cenários de incidência entre 30% e 60% do rebanho — ou seja, de 7 a 13 vacas afetadas — geram perdas mensais entre R$ 547,02 e R$ 1.015,89. Cada animal acometido pode reduzir a margem bruta mensal entre 2% e 10%.
Impacto Anual Agregado e a Mastite Clínica
Somando as perdas da MS com os custos de descarte de leite e tratamento dos raros casos de mastite clínica (MC) — estimados em um caso a cada dois meses — o prejuízo anual é expressivo. A margem bruta da propriedade pode cair de R$ 8.082,59 (cenário de 30% de MS) a R$ 14.468,25 (cenário de 60%). Isso representa uma redução drástica, entre 55% e 98% da margem anual.
O Custo da Prevenção como Ferramenta de Manejo
Investir em prevenção vale a pena. O protocolo anual de monitoramento e controle da MS custa, em média, R$ 5.176,51 na propriedade modal de Uberlândia. Esse valor representa entre 36% e 64% do prejuízo total causado pela doença, mostrando que o manejo preventivo é uma estratégia econômica e eficiente.
Foco no Manejo e Higiene
Além de comprometer a produção, a MS eleva os níveis de Células Somáticas (CCS), o que pode gerar penalidades da indústria se ultrapassar o limite de 500 mil células por ml. O produtor precisa estar atento: boas práticas de ordenha, higiene do ambiente e treinamento da equipe são fundamentais para garantir a saúde do rebanho e a qualidade do leite.
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