Quebra de safra no Sul afeta 11 mil empregos na cadeia produtiva
As perdas do Rio Grande do Sul devido a fatores climáticos pontuam o desafio da resiliência do agronegócio e a queda em postos de trabalho no estado.

O desempenho da cadeia da oleaginosa e do biodiesel, conforme Relatório Cadeia da soja e do biodiesel (Abiove) em 2025, embora positivo no âmbito nacional, revela a vulnerabilidade do setor a eventos climáticos extremos.
O estado do Rio Grande do Sul, um polo de produção, registrou uma redução de 11.736 ocupações, totalizando 15,58% de perda na comparação anual com 2024. Este número representa a maior queda estadual em postos de trabalho na cadeia, refletindo diretamente as perdas na colheita.
O impacto da quebra de safra não se limita apenas à produção primária, reverberando em todo o sistema produtivo, desde o fornecimento de insumos até o processamento industrial.
O Efeito das Condições Climáticas
A diminuição da oferta de grãos no estado sulista, decorrente das condições adversas, afeta a dinâmica da continuidade dos negócios ao longo de toda a cadeia:
- A produção física do grão foi diretamente prejudicada, resultando em menor necessidade de mão de obra para a colheita e operações subsequentes.
- O segmento de soja em grão foi o mais atingido pela redução de vagas.
- A agroindústria, que depende da matéria-prima para esmagamento, também sofre os efeitos da menor disponibilidade de grãos no mercado regional.
O Contexto Nacional de Emprego
Apesar da significativa perda de ocupações no Rio Grande do Sul, o cenário nacional da cadeia da oleaginosa demonstra uma alta de 9,96% em ocupações, puxada principalmente pelo setor de agrosserviços.
- A produtividade do trabalho no Brasil cresceu, com uma redução total de 69.304 pessoas ocupadas no segmento primário (produção de grãos), indicando o avanço da mecanização e da tecnologia no campo.
- A perda de vagas no Sul destaca a urgência de estratégias de mitigação e adaptação climática para proteger a estabilidade econômica e social das regiões produtoras.
Em termos de renda, o segmento da soja em grão no país reverteu a queda de três anos e cresceu 17,60% em 2025, um avanço impulsionado pelo volume recorde em outras regiões do país, o que mitigou o impacto financeiro das perdas do Sul no resultado nacional agregado.
A resiliência geral da cadeia, portanto, depende da diversificação geográfica da produção e da capacidade de outras regiões compensarem as perdas localizadas.
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