Satélites e IA elevam a precisão da previsão de safra no agro
Uma nova tecnologia utiliza dados espaciais e análise de dados avançada para projetar o desempenho de lavouras, auxiliando o manejo do campo.

A busca por uma agricultura cada vez mais eficiente e sustentável ganhou um aliado de peso: a Inteligência Artificial (IA) e os satélites. A Embrapa, por meio de suas unidades de Agricultura Digital e Milho e Sorgo, desenvolveu um modelo capaz de prever a produtividade de grandes culturas com base em imagens espaciais. Este avanço representa um salto na capacidade do produtor rural de tomar decisões estratégicas.
Foco na Inovação do Campo
O objetivo central é diminuir a subjetividade na estimativa de safras, tanto para o campo quanto para o planejamento nacional. Com dados mais precisos e em tempo real, o produtor pode otimizar a logística, antecipar negociações e realizar intervenções no momento exato, evitando perdas. É uma estratégia de monitoramento inovadora e econômica, acessível em vasta área territorial.
A metodologia utilizada é sofisticada, mas prática. Ela integra dados colhidos diretamente na lavoura (métricas agronômicas) com o sensoriamento remoto, utilizando a constelação de satélites PlanetScope. O sistema processa séries temporais de imagens, aplicando índices de vegetação e combinando-os com variáveis como o tipo de cultivar, o ciclo produtivo e a precipitação acumulada na região.
“Essa metodologia combina métricas agronômicas com sensoriamento remoto, oferecendo uma estratégia inovadora e econômica para monitoramento em tempo real das culturas.”
Júlio Esquerdo, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agricultura Digital.
Aplicação e Resultados Concretos
Os testes iniciais trouxeram resultados notáveis. Na cultura da cana-de-açúcar, a precisão da previsão de safra alcançou um índice de 89%, considerado elevadíssimo pela equipe. O estudo foi realizado em parceria com a Coplacana e monitorou duas safras por três anos, validando o uso da tecnologia para auxiliar a indústria sucroenergética a fazer um planejamento mais robusto.
Na soja, a correlação entre o previsto e o observado chegou a 71%. Apesar de ser um índice menor que o da cana, é considerado alto, refletindo a complexidade da cultura, onde o que importa é o grão e não apenas a massa vegetal. A tecnologia foi inclusive usada para validar o desempenho do bioestimulante Hydratus, que ajuda a planta a resistir melhor à seca. Isso mostra o potencial da ferramenta para a validação de novos insumos.
A tecnologia de sensoriamento remoto e IA traz benefícios diretos para a gestão da fazenda:
- Melhora a previsibilidade em nível de talhão, permitindo intervenções mais cirúrgicas na lavoura.
- Apoia a sustentabilidade econômica, ao reduzir incertezas e otimizar o uso de recursos.
- Valida a eficácia de bioinsumos, como o Hydratus, que promovem a resiliência das culturas.
- Oferece ao mercado e ao governo dados mais objetivos para planejamento logístico e definição de políticas de safra.
O caminho da inovação segue aberto. A Embrapa já trabalha para refinar o modelo, introduzindo novas variáveis que impactam diretamente na produção. A ideia é incorporar dados de temperatura, textura do solo e disponibilidade hídrica, elevando ainda mais a assertividade e possibilitando uma previsão ainda mais detalhada. O foco é fornecer essa informação direto no talhão, nas mãos do produtor.
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