Prejuízo calculado em R$ 3 bilhões de reais é estimativa apenas de produção.

Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul – Farsul estima em R$ 3 bilhões de reais o prejuízo causado pelas enchentes, considerando apenas produção de grãos afetada e de animais mortos.

Além do prejuízo bastante expressivo – sem considerar infraestrutura, maquinários e propriedades – a tragédia no Rio Grande do Sul pode ter impactos ainda mais complexos nas atividades agropecuárias realizadas nas áreas afetadas.

Contaminação da Água e do Solo

Conjuntamente à recuperação de toda a infraestrutura da cadeia produtiva será necessário conhecer a qualidade da água para irrigação e hidratação dos animais, além da qualidade do solo para a plantação.

A força das águas tem tanto o poder de revolver o chão e levar nutrientes como trazer contaminantes e depositá-los sobre os campos (antes) férteis. Além da carcaça de animais, grande quantidade de lixo e combustível pode ter seguido com as enchentes.

A carga de contaminação na água pode comprometer a fauna aquática, assim como o solo contaminado pode inviabilizar colheitas no curto prazo. Adicionando uma camada de custo para análise e correção – ou até mesmo realocação de lavouras.

Êxodo do Agro no Sul Depois das Enchentes

Sem a certeza de condições mínimas de produção, o risco das operações com o comprometimento da qualidade e produtividade pode afetar a sustentabilidade econômica do setor, inviabilizando a continuidade da atividade e provocando um êxodo rural na região.

Trabalho e Dignidade

Além da tragédia humanitária imediata, agronegócio no sul após as enchentes depende da recuperação da capacidade produtiva em boa parte do Estado, que ficou debaixo de água e lama. De modo que as pessoas possam trabalhar e reconstruir suas vidas.

O agronegócio é um dos setores mais afetados, assim como é um dos mais importantes, porque gera produtos e serviços que compõem a economia do Rio Grande do Sul, especialmente nos municípios menores. Daí o impacto dos próximos passos dos produtores rurais.

Efeitos na Organização Social

Os efeitos da tragédia gaúcha (além das consequências humanitárias) ainda seguirão nos surpreendendo pelo ineditismo da situação. No entanto, a experiência adquirida deve trazer impactos profundos na organização social brasileira.

Mudanças necessárias, que ainda não ganharam tração, devem afetar nossas decisões de negócio (e vida) frente aos riscos. Especialmente quando se trata do equilíbrio entre a probabilidade de algo acontecer e o potencial ou reversibilidade do dano.

A esta altura, em meio às incertezas sobre o agronegócio no sul depois das enchentes, o que acontece se os produtores gaúchos se perguntarem: Vale a Pena Correr o Risco?