Pesquisa Desenvolve Indicadores Ideais Para Melhorar a Performance da Piscicultura de Policultivo
Pesquisadores descobriram como a biomassa inicial dos peixes pode influenciar o crescimento e a produtividade de um policultivo que envolve tilápias, curimatãs, carpas, tambaquis e tucunarés, em ambientes de poços escavados.

A pesquisa testou diversas condições para identificar qual a melhor combinação para o melhorar o manejo e a produtividade pesqueira no Semi-Árido brasileiro, realizado em pequenos açudes (0,1-5,0 ha) voltados ao policultivo. Modalidade que permite a criação de diversas espécies de peixes em um mesmo ambiente.
A metodologia aplicada foi simular as condições de açudes em viveiros de 120 e 5.000 m², sem renovação de água, com uso moderado de adubo e fertilizante, testando quatro policultivos com biomassas iniciais variadas (de 75 a 207 kg por hectare).
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Espécies Utilizadas no Estudo Sobre o Manejo de Policultivo:
- Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus);
- Curimatã pacu (Prochilodus argenteus);
- Carpa comum (Cyprinus carpio);
- Tambaqui (Colossoma macropomum);
- Tucunaré (Cichla ocellaris).
Indicadores Ideais Para Psicicultura de Policultivo
Com base nos resultados deste estudo, a combinação ideal de biomassa inicial para otimizar o crescimento e a produtividade de peixes em sistemas de policultivo, nas condições testadas, foi de 75 kg por hectare.
Com relação à composição do cultivo, a proporção por espécie mais promissora foi:
- 60% de tilápia
- 30% de tambaqui
- 4% de carpa
- 3% de curimatã
- 3% de tucunaré
Além dessa combinação de espécies e biomassa inicial, o estudo também destaca a importância das tilápias monossexadas para evitar a reprodução descontrolada e o consumo de recursos decorrente deste processo, com prejuízos ao resto do cardume.
O fornecimento de alimentação suplementar ao tambaqui é algo que precisa ser feito para a melhor performance do manejo, pois foi observado que, após o segundo mês de criação, o alimento natural disponível nos viveiros não foi suficiente para suportar o crescimento da espécie.
Os Desafios do Policultivo Incluem a Interação das Espécies
Alguns pontos levantados pelo estudo chamaram a atenção para a necessidade da compreensão da integração entre as espécies, respeitando as características e o comportamento natural de cada um, para obter o melhor rendimento de toda a biomassa.
Tilápias Monossexadas: a utilização de tilápias monossexadas é uma estratégia imprescindível para o sucesso do policultivo. O controle populacional é uma tática para evitar a pressão sobre o sistema alimentar do cultivo.
Suplementação Alimentar para o Tambaqui: o máximo desempenho do policultuivo de cativeiro, segundo o estudo, demanda alimentação suplementar ao tambaqui, pois, após o segundo mês de criação, foi constatado que o alimento natural era insuficiente para sustentar a produtividade.
O Efeito Tucunaré: a utilização de peixes como o Tucunaré é uma estratégia de controle biológico de recrutas de tilápia de cultivo, que funciona como uma redundância no controle populacional do açude.
Bioturbação da Carpa: uma das conclusões do estudo é a necessidade de baixa biomassa inicial de carpa comum nos sistemas de policultivos, já que a característica da espécie, em grande escala, pode reduzir a disponibilidade de recursos necessários às outras espécies.
O Estudo é fruto de uma colaboração entre pesquisadores da UFPA – Núcleo de Estudos Costeiros (Universidade Federal do Pará, Núcleo de Estudos Costeiros), localizada em Bragança (PA), Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (França), com sede em Dakar, Senegal e o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – Departamento de Hidrobiologia, da Universidade Federal de São Carlos/UFSCar.
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