🌾 Pesquisa Desenvolve Cultivar de Cereal Dedicado à Produção de Etanol

Descarbonização Inspira Desenvolvimento de Cultivares de Cereal Geneticamente Melhorado e Mais Eficiente na Produção de Etanol.

Pesquisa Desenvolve Cultivar de Cereal Dedicado à Produção de Etanol. Imagem: Embrapa

Descarbonização Inspira Inovação para Produção Mais Eficiente de Biocombustível.

O avanço da demanda por biocombustíveis, em particular o etanol (cujo ciclo é altamente descarbonizante), tem inspirado cada vez mais inovação. Desta vez, a Embrapa Trigo segue com o desenvolvimento de cultivares de Triticale, melhoradas geneticamente para produção de etanol.

Bioenergia é uma Inovação Brasileira

Não é de hoje que o agronegócio brasileiro vem apontando soluções para fontes renováveis de energia. Contando com uma matriz energética renovável em cerca de 60%, o Brasil produziu uma grande inovação, ainda nos anos 70, através do programa pró-alcool: motores movidos a etanol, que representaram um avanço mundial no uso de bioenergia.

Apesar do embalo inicial e da sequência de produção em escala de veículos movidos a etanol, o programa arrefeceu. No entanto, era apenas uma questão de amadurecimento daquela semente que, em 2003, ganhou fôlego com a introdução dos veículos flex (movidos a gasolina e etanol). Nos últimos 10 anos, segundo os dados da Anfavea, 90% da frota comercializada é de veículos flex.

O que dá a dimensão do potencial de descarbonização com a mudança da matriz energética veicular para o etanol, em detrimento da gasolina. A poluição que sai do escapamento do motor movido a etanol é menor que da gasolina, mas é no ciclo produtivo que o etanol dispara no quesito sustentabilidade. Os dados da Anfavea mostram que o ciclo da gasolina emite 151 (g CO2 / km), enquanto o do etanol de cana-de-açúcar emite 46 (g CO2 / km).

Portfolio de Fontes Renováveis de Energia

Para aproveitar todo o potencial do etanol, considerando a grande frota pronta para rodar com o biocombustível, é necessário garantir volume de produção apostando na variedade de matéria-prima e latitudes de cultivo, para mitigar os riscos inerentes a um derivado de commodities agrícolas.

Em virtude disso, a inovação trazida pela Embrapa Trigo preenche mais uma lacuna nos quesitos necessários para garantir a segurança de abastecimento (juntamente com o etanol de cana-de-açúcar, milho, sorgo etc), que seja capaz de viabilizar a troca, em grande escala, da gasolina pelo etanol, por parte dos consumidores.

O cereal representa mais uma matéria-prima para compor a oferta variada de culturas potenciais produtoras de biocombustível. Um portfolio variado minimiza o risco de vulnerabilidade das commodities às cotações internacionais, ou no caso de queda na produtividade de algumas lavouras por pragas ou questões climáticas.

Melhoramento Genético do Triticale

Outro fator importante é que as cultivares serão desenvolvidas com as melhores características para a produção de etanol, resistência a pragas e estresse hídrico, que o melhoramento genético oferece. Ou seja, alta produtividade, maior eficiência de custos, menos emissões, preservação do meio ambiente e mais sustentabilidade.

Impactos na Agricultura Brasileira

O resultado dessa parceria entre Embrapa Trigo e Be8 deve trazer impactos significativos na organização da agricultura brasileira. Já que o cereal, aplicado na indústria da panificação, deve ter sua área de cultivo ampliada e mais produtores interessados no negócio.

Mais do que uma cultura a ser expandida, o Triticale vai ajudar a descentralizar e escalar a produção de etanol. Com fomento do consumo, aumento de oferta e redução de preços, o Brasil dá um salto em sua agenda de energia renovável e descarbonização.


Referências

Embrapa

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