Greening empurra produção para Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Distrito Federal.

A dificuldade do controle do psilídeo exige um manejo alternativo da produção, buscando outras áreas para estabelecer os pomares e garantir a sustentabilidade da fruticultura.

Citricultura busca novas áreas para garantir a produção longe do Greening. Imagem: Istockphoto.com
Citricultura busca novas áreas para garantir a produção longe do Greening. Imagem: Istockphoto.com

O Brasil é o maior produtor de laranja do mundo e o principal fornecedor de suco de laranja, dominando mais de 70% do mercado. Por isso, o controle do greening é fundamental para assegurar a cadeia produtiva brasileira e o abastecimento das gôndolas pelo mundo.

O greening, também conhecido como HLB (Huanglongbing), é a principal ameaça aos pomares. A doença bacteriana, cujo vetor é um inseto conhecido como psilídeo, não tem cura, causa queda precoce de frutos, redução da produção e cujo manejo pode exigir o corte das plantas.

Para contornar esse risco, o Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), principal referência no controle, monitoramento e combate ao greening, desenvolve uma nova iniciativa, em conjunto com a Embrapa, para garantir a continuidade da produção.

Trata-se de um trabalho colaborativo para fornecer dados e ferramentas como Mapas de riscos climáticos e fitossanitários, com o objetivo de orientar os citricultores na abertura de novos pomares, embasando as decisões sobre quais as regiões mais adequadas e mapeando os principais desafios à expansão.

Cinturão citrícola expandido

O chamado Cinturão Citrícola (São Paulo, Triângulo Mineiro e sudoeste de Minas Gerais) é a peça-chave na citricultura brasileira, sendo o principal alvo dessa realocação de pomares. Inclusive com a denominação sendo alterada para o Cinturão Citrícola Expandido (CCE), já que, agora, inclui estados como o Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná e Distrito Federal.

Conforme artigo da Embrapa, os estudos devem complementar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (que avalia os riscos como déficit hídrico e altas temperaturas) voltado à citricultura, avaliando a possibilidade de quedas de 20% a 40% na produção. Além disso, devem ser criados mapas de risco fitossanitário para a incidência do psilídeo (HLB) e da podridão floral dos citros (PFC).

Principais desafios apontados pelos pesquisadores para migração dos pomares:
  • Clima: áreas com temperaturas não ideais para o desenvolvimento da planta.
  • Logística: as distâncias entre a produção e os polos processadores podem aumentar os custos.
  • Mão de obra: falta de mão de obra especializada em citricultura.

Referência: Doença começa a mudar o mapa da citricultura no Brasil. Ciência ajuda na migração dos plantios.

Compartilhe

NEWSLETTER


Fique por dentro do Agro. Inscreva-se gratuitamente.
Você receberá uma mensagem para confirmar sua inscrição, por favor, verifique também sua a caixa de spam.