Nova Técnica Viabiliza Fungos Para Controle Biológico de Pragas, a Menores Custos.

O controle biológico mais barato e sustentável é uma vantagem competitiva que pode fazer a diferença na lucratividade e no valor reputacional do agronegócio brasileiro.

Além da eficiência de custos, o manejo biológico mais barato torna a prática mais atrativa economicamente, mesmo que as práticas sustentáveis não incrementem a receita, com pagamento por serviços ambientais.

Com processos mais eficientes vêm as margens maiores, que ajudarão a cobrir os custos e reduzir riscos de negócio. Sendo assim, quanto maior a atratividade econômica da produção de bioinsumos, maior a capilaridade e maior o mercado fornecedor.

Pesquisa Desenvolve Manejo Biológico mais Barato e Sustentável

A pesquisa agropecuária brasileira, referência mundial, apresentou uma nova técnica que permite o desenvolvimento de fungos para o controle biológico de pragas a preços mais baixos, utilizando subprodutos agroindustriais.

A técnica, desenvolvida em parceria entre Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Embrapa Meio Ambiente (SP), consiste em utilizar a farinha de arroz como substrato no biorreator em grânulo (ferramenta especializada para o cultivo de microrganismos), que mantém o material orgânico em cápsulas (grânulos).

Neste processo, além da utilização de subprodutos como a farinha de arroz, há um incremento importante na viabilidade do material, que fica conservado nas cápsulas (ou grânulos), em ambiente refrigerado, assegurando longevidade de até 24 meses.

Vantagens da formulação em grânulos:

• Maior estabilidade e vida útil do produto (mais de 24 meses sob refrigeração);
• Facilidade de aplicação no solo;
• Liberação gradual e eficiente do fungo.

“Nosso método não só amplia a produção de conídios, mas também aumenta a estabilidade do produto, tornando-o mais acessível e eficaz para o agricultor”.

Lucas Guedes, pesquisador da Unesp.

Importância Econômica do Fungo Trichoderma

O fungo Trichoderma é de grande importância para o controle de patógenos do solo como o mofo branco, que atinge culturas de grande importância econômica como a soja e o algodão, além de feijão e tomate. Cujos valores de produção somam R$ 401 bilhões de reais (IBGE, 2024).

O cultivo do bioinsumo em “sementes” além do menor custo, oferece maior facilidade para aplicação no solo, com grande impacto positivo no tripé da sustentabilidade (econômico, ambiental e social), reduzindo o risco das lavouras, que contam com rendimento médio de R$ 8.237,27 reais por hectare (IBGE, 2024).

Considerações Finais

Os bioinsumos em cápsulas tornam-se alternativa mais acessível aos agricultores, em comparação com métodos tradicionais, pelas diversas vantagens econômicas e de manejo.

As culturas beneficiadas somam 48.681.209 de hectares de cultivo no Brasil (IBGE, 2024), o que dá a dimensão do tamanho de mercado consumidor para soluções biológicas como as “sementes”do Trichoderma, bem como demonstra o potencial de atratividade de investimentos.

O grande mercado potencial, somado ao risco de perdas de produção em culturas de alto valor econômico afetadas pelo mofo branco e a recirculação de subprodutos como insumos de produção, tornam-se grandes impulsionadores dos investimentos em novas tecnologias de manejo, como as “sementes” de Trichoderma.

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Alternativa ao Uso de Fungicidas Químicos

Com o efeito redutivo do uso de fungicidas químicos, as “sementes”de Trichoderma não geram impactos residuais no meio ambiente, contribuindo para uma agricultura mais sustentável. Além disso, podem ser de grande valia para propriedades que aplicam agricultura de precisão no processo produtivo.

Um bom controle biológico, além do controle eficiente de doenças das plantas, evita a exposição dos agricultores aos químicos (reduzindo riscos de manejo) e melhora a qualidade dos produtos que chegam ao consumidor, cuja percepção adiciona valor reputacional ao agro brasileiro. 

REFERÊNCIAS: Cientistas desenvolvem técnica sustentável para produção de fungo que controla doenças agrícolas.