HomeSustentabilidade Tecnologia de Satélite eleva a precisão do manejo em áreas de pasto

Tecnologia de Satélite eleva a precisão do manejo em áreas de pasto

Um método inovador da Embrapa, que une dados climáticos e imagens de satélite, promete revolucionar a forma como a forragem é medida. Isso orienta o produtor na intensificação da pecuária.

O estudo utilizou medições de campo realizadas ao longo de dois anos. Imagem: Embrapa.
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Inovação para o Campo

A Embrapa desenvolveu uma nova abordagem para quantificar com exatidão a quantidade de capim disponível no pasto, o que chamamos de massa de forragem. A técnica combina o poder do sensoriamento remoto com a modelagem agrometeorológica, utilizando informações detalhadas do clima e imagens capturadas por satélites da Nasa e da ESA. O objetivo principal é fornecer uma ferramenta de gestão mais precisa para os produtores rurais.

Essa metodologia se mostrou especialmente promissora para a pecuária extensiva, onde a estimativa da forragem atingiu uma acurácia notável de 86% em testes de campo. Essa precisão superior apoia o planejamento forrageiro e decisões de manejo mais assertivas, fundamentais para a eficiência e a longevidade dos sistemas produtivos.

A Força dos Dados Espaciais

A base tecnológica da inovação é o modelo SAFER (Simple Algorithm for Evapotranspiration Retrieving), que faz a integração de dados de refletância da superfície da Terra dos satélites Landsat-8 e Sentinel-2. O modelo processa variáveis climáticas como a radiação solar, temperatura, umidade e velocidade do vento para simular o crescimento do capim.

  • Capacidade de Estimativa: O sistema é capaz de gerar estimativas confiáveis sobre a disponibilidade de alimento para o gado.
  • Melhora no Manejo: Permite uma gestão do pasto mais ajustada às condições reais, otimizando o uso da área.
  • Foco na Produtividade: Ajuda a focar no componente mais importante para a nutrição animal: a matéria verde.

Uma das grandes contribuições deste estudo é a capacidade de distinguir entre a matéria seca total (que inclui material envelhecido e de baixo valor nutritivo) e a matéria verde (diretamente relacionada à produtividade e ao consumo do gado). Essa diferenciação é essencial para aprimorar a precisão das estimativas e focar no que realmente impacta a saúde animal e a produtividade do rebanho.

“Enquanto a matéria seca total inclui material senescente e de baixa qualidade nutricional, a matéria verde está diretamente relacionada à produtividade do pasto e ao volume consumo pelos animais.”

Sandra Nogueira, pesquisadora e coautora do estudo.

Intensificação Sustentável

A metodologia foi testada com sucesso em diferentes sistemas de produção da Embrapa Pecuária Sudeste: extensivo, intensivo rotacionado e integração lavoura-pecuária (ILP). Embora o sistema extensivo tenha apresentado a maior acurácia devido à sua maior estabilidade, os resultados em todos os sistemas demonstraram a eficácia do método, ainda que a complexidade do ILP e a dinâmica do rotacionado tenham exigido um ajuste nos cálculos.

A aplicação dessas tecnologias representa um avanço significativo para a gestão sustentável da pecuária. Com um monitoramento contínuo e preciso das pastagens, o produtor pode tomar decisões que resultam em maior produtividade na mesma área. Isso é vital para atender a crescente demanda global por proteína animal sem a necessidade de expansão por meio do desmatamento.

Caminho para o Crescimento

O uso do sensoriamento remoto e o poder dos dados abrem novas fronteiras para a pecuária brasileira. Além de apoiar o produtor na sua gestão diária, essas informações de alta precisão podem ser incorporadas em grandes iniciativas. A ferramenta pode dar suporte a programas estratégicos como o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD).

Ao permitir que o Brasil aumente a produtividade da pecuária sem expandir sua área de pastagem, a inovação cumpre um papel crucial na sustentabilidade. As tecnologias de ponta, como satélites e inteligência artificial, são o caminho para transformar a produção.

“Essas tecnologias tornam possível identificar variações na quantidade de forragem ao longo do tempo, favorecendo decisões mais assertivas no planejamento forrageiro e no manejo sustentável.”

Patrícia Santos, pesquisadora da Embrapa.

A pesquisa e a inovação tecnológica da Embrapa fornecem uma contribuição concreta para a intensificação da produção. O foco em tecnologias não enviesadas e baseadas em dados é o que permite ao agronegócio brasileiro unir crescimento econômico e preservação ambiental de forma transparente e eficaz.

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