Um estudo publicado recentemente na revista The Plant Phenome Journal, mostrou os resultados de uma inovação da Embrapa Agricultura Digital no controle de riscos climáticos das lavouras.

Em parceria com o Centro de Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo incrementou o processo de melhoramento genético de plantas com o uso de drones.

A melhoria de processo introduzida gerou redução de custos e reduziu drasticamente o ciclo de melhoramento com análises contínuas, o que possibilita a aceleração dos resultados e ajustes necessários.

“Nos métodos convencionais, é necessário esperar o ciclo completo da planta e realizar medições manuais, muitas vezes com equipamentos caros e processos lentos”.

Juliana Yassitepe, pesquisadora da Embrapa Agricultura.

Pesquisa Testou Milho Geneticamente Modificado para a Seca

O estudo, realizado durante a estação seca de 2023, ao longo de cinco meses, testou a tolerância à seca de 21 variedades de milho, sendo 18 com genes testados para tolerância e 3 sem alteração genética.

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As variedades foram divididas em dois grupos, um submetido a irrigação constante e o outro a seca. Para comparar os resultados, os drones criavam imagens semanais das plantas para avaliação, utilizando câmeras RGB e multiespectrais.

“Antes, levaríamos vários dias para medir a produção de grãos, tempo até a floração e altura das plantas. Agora, fazemos isso em poucas horas, com voos de drones e processamento de imagens”.

Juliana Yassitepe, pesquisadora da Embrapa Agricultura.

Os Drones Reduziram Custos e Melhoraram a Eficiência da Pesquisa

O uso de drones com tecnologia avançada de imagem embarcada, permitiu uma redução de custos operacionais que amplia as possibilidades e melhora a eficiência de projetos com recursos limitados.

Além disso, a análise temporal contínua é essencial para compreender a resposta das plantas ao estresse hídrico ao longo do ciclo de crescimento. Essa recorrência de dados ajuda a desenvolver os modelos preditivos, responsáveis por selecionar as variedades mais adaptadas às condições determinadas.

“Com esses modelos, podemos prever o comportamento das variedades de plantas sem a necessidade de medições manuais frequentes, tornando o processo mais rápido e acessível”.

Helcio Pereira, pesquisador de pós-doutorado no GCCRC.

O uso de drones no melhoramento genético das plantas permite um encurtamento de ciclo de pesquisa sem renunciar à qualidade e eficiência dos estudos. Essa agilidade adiciona uma camada de valor ao manejo de riscos do Brasil, que pode responder às demandas com eficácia e eficiência.

A metodologia, testada no melhoramento genético para tolerância à seca, é apenas uma das demandas do melhoramento genético de plantas, que conta com diversas aplicações, seja no controle de pragas ou aumento de produtividade, com o desenvolvimento de cultivares cada vez mais modernas, menos custosas e sustentáveis econômica e ambientalmente.

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