Brasil busca ampliar fatia no bilionário mercado global de equídeos
O país detém o quarto maior rebanho mundial e aposta em genética de ponta para elevar exportações no setor.

Panorama Global
A população mundial de cavalos, asinos e muares atinge cerca de 116 milhões de cabeças. Desse total, os cavalos somam 60 milhões de animais, o que resulta em uma proporção média de um equino para cada 135 seres humanos no planeta.
A FAO aponta que o monitoramento do setor ainda sofre com a falta de dados precisos em diversos países. Essa ausência de estatísticas claras dificulta o combate a doenças e ao comércio irregular, além de esconder o real declínio de algumas populações locais.
Comércio e rastreabilidade
No mercado externo, a venda de animais vivos possui registros oficiais detalhados por espécie e valor. Contudo, a comercialização de sêmen e embriões ainda carece de códigos tarifários específicos, o que mistura diferentes espécies nas estatísticas públicas.
A América concentra 55% dos cavalos do mundo. Os Estados Unidos importaram US$ 844 milhões em equídeos em 2024. China e Hong Kong movimentaram US$ 1,07 bilhão em compras no mesmo ano.
Oportunidades e Mercados Prioritários
O Brasil possui um rebanho total estimado em 6,8 milhões de animais, com destaque para raças nacionais como Mangalarga Marchador e Crioulo. O país já exporta para vizinhos como Uruguai e Argentina, além de destinos como Estados Unidos e Bélgica.
O México aparece como parceiro estratégico após abrir mercado para o sêmen equino brasileiro em 2023. Já o Oriente Médio busca genética de alto desempenho para esportes como hipismo e enduro, onde o Brasil detém expertise técnica reconhecida.
Estratégias para o crescimento
A expansão brasileira depende de acordos sanitários mais robustos e da padronização de documentos, como o passaporte equino. A participação em eventos internacionais, como a Dubai International Horse Fair, é vista como essencial para expor a qualidade das linhagens nacionais.
Desafios e Perspectivas
As barreiras sanitárias rigorosas representam o principal entrave para o avanço brasileiro em mercados como o chinês. Além da burocracia, os altos custos logísticos e a distância geográfica pesam na competitividade frente a centros tradicionais da Europa e dos EUA.
É necessário unificar a base de dados entre criadores e o governo para atrair mais compradores. O país exportou apenas US$ 8,5 milhões em animais vivos em 2024, valor considerado baixo diante do potencial do agronegócio nacional.
Inovação e continuidade
O futuro do setor reside na biotecnologia, com foco em inseminação artificial e transferência de embriões de animais de elite. O uso de subprodutos, como o couro para o mercado de luxo, também surge como alternativa para agregar valor à cadeia produtiva.
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