Ciclo de produção e rendimento de carcaça influenciam na oferta de proteína animal.
Rendimento de peso limpo por metro quadrado pode ser a chave para entender a competitividade das proteínas e como isso afeta a oferta de produção e demanda nos mercados.

A oferta de proteína animal (bovina, suína e frango) em 2024/25 atingiu o total de 281,83 milhões de toneladas, com predominância da carne suína, que representou 41% do total da oferta global, conforme os dados da USDA.
O mix de oferta é influenciado por diversos fatores, entre os quais podemos destacar a demanda dos consumidores que, por sua vez, pode ser afetada pela competitividade dos produtos, além de outras características culturais e geopolíticas.
No entanto, é certo que o ciclo de produção e o aproveitamento de carcaça impactam diretamente a competitividade do produto, determinando a qual preço essas proteínas chegam às gôndolas. Seja em forma de valor agregado (maiores preços) ou melhor custo-benefício ao produtor (maior escala e menores preços).
Esse equilíbrio entre suprir a demanda e atender aos interesses de consumidores e produtores é que direciona os investimentos e, consequentemente, influencia a escala de produção, que ajuda a determinar a maior oferta entre as proteínas.
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Ciclo de produção
Para termos ideia, não é apenas o tempo de terminação ou a margem de lucro que torna uma ou outra proteína atrativa. O tamanho do mercado consumidor, a demanda espacial para criação e questões logísticas e sanitárias podem influenciar nas decisões de negócio.
Para compreender a maior oferta de carne suína, buscamos referências no ciclo produtivo, para compreender seu impacto nas escolhas dos produtores. Tomamos como base informações da Embrapa, MAPA e ABCS, que ilustram o processo produtivo.
Para a carne de frango, podemos considerar o tempo médio de produção em torno de 40 a 50 dias. Para os suínos, de 5 a 6 meses. O que coloca essas duas variedades, com ciclos mais curtos, em vantagem pela receita recorrente e menor preço final.
No caso da carne bovina, o ciclo longo de produção (de 24 a 30 meses) além de aumentar muito o valor agregado da carne, coloca pressão sobre o fluxo de caixa pela falta de recorrência, tornando a oferta muito mais cara que suas concorrentes.
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Demandas Espaciais
Um aspecto importante da produção da proteína, que pode afetar a escala, a competitividade, o preço e a oferta, é a demanda por espaço para a atividade em escala. A carne bovina, por exemplo, tem uma demanda de 1 a 2,5 cabeças por hectare, em pastagens de Brachiaria decumbens, durante a estação chuvosa.
A Embrapa Suínos e Aves recomenda que a densidade de alojamento para frangos de corte, na fase de terminação, não deve exceder 30 kg de peso vivo por metro quadrado, com uma densidade de 10 aves/m². Já para os suínos, a densidade mínima deve ser de 0,60 m² por suíno de 100 kg.
Rendimento de carcaça
Considerando um aproveitamento médio de carcaça de 65% (para frangos e suínos) e adaptando a média nacional por carcaça produzida em 2023, segundo os dados do IBGE, teríamos cerca de 1,41 kg por frango abatido e 61,21 kg por suíno abatido. Ou seja, seriam necessários 43 frangos para compensar um porco, o que gera uma demanda espacial maior para produzir a mesma quantidade de carne.
Já no caso da proteína bovina, considerando um aproveitamento de carcaça de 55%, em combinação com os dados de bovinos abatidos (IBGE, 2025) teríamos 139,30 kg por bovino abatido. Neste caso, seriam necessários 2,29 suínos e quase 100 frangos para a mesma quantidade de proteína.
Rendimento de peso limpo por metro quadrado:
- Bovinos: 0,02786 kg
- Suínos: 86,32 kg
- Frango: 14,1 kg
Cálculos aproximados considerando o rendimento médio das carcaças abatidas – Dados IBGE – (bovinos 55%, suínos e frango 65%) em relação à densidade média de animais por metro quadrado (2 bovinos/ha, 1 suíno de 100kg/0,60m2 e 10 frangos/m2).
Esses dados, embora experimentais e baseados em médias de produção e rendimento, ajudam a ilustrar como o rendimento por metro quadrado pesa a balança a favor da carne suína. É importante considerar que a conta não inclui diversos sistemas produtivos como confinamentos bovinos, por exemplo, que aumentam a produção por metro quadrado.
No entanto, os cálculos aproximados ajudam a entender como a eficiência de produção pode influenciar a oferta. Já que a eficiência impacta diretamente a rentabilidade que, por sua vez, atrai mais investidores. Com rentabilidade e mercado consumidor, o crescimento da escala torna os preços mais atrativos.
Com preços mais convidativos, a demanda pode ser estimulada a deixar de lado proteínas mais caras em detrimento de opções com custo-benefício mais vantajosos para os consumidores.
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