Importação de fertilizantes cresceu 29,2%. Rússia é o principal fornecedor.

Os dados apontam para um domínio de Rússia e China no fornecimento de fertilizantes ao Brasil. Instabilidades geopolíticas podem afetar a competitividade do setor.

Importação de fertilizantes cresceu 29,2% no Brasil. Imagem: Istockphoto.com
Importação de fertilizantes cresceu 29,2% no Brasil. Imagem: Istockphoto.com

As importações de fertilizantes cresceram exponencialmente no Brasil. Entre 2020 e 2024, o valor subiu 29,2%, chegando a 44.277.704 toneladas, segundo o Anuário Agrologístico da Conab. Entre os Estados produtores, o Paraná é o que mais cresceu em volume e porcentagem, incrementando em 1.953.966 toneladas o volume de 2024, valor 39,52% maior que em 2020.

De onde vêm os fertilizantes do Brasil?

  1. Rússia: 11.392.191 toneladas
  2. China: 8.725.116 toneladas
  3. Canadá: 4.907.988 toneladas
  4. Marrocos: 2.357.422 toneladas
  5. Egito: 1.925.021 toneladas
  6. Omã: 1.591.187 toneladas
  7. Nigéria; 1.586.074 toneladas
  8. Israel: 1.550.828 toneladas
  9. Uzbequistão: 1.442.321 toneladas
  10. Estados Unidos: 1.280.889 toneladas

Dados: CONAB, 2025.

O Mato Grosso foi o segundo em incremento e porcentagem, importando 1.187.361 toneladas a mais em 2024, que representam um crescimento de 19,37% em relação a 2020. Veja na tabela a seguir a variação no volume de fertilizantes entre os principais Estados produtores:

EstadoVolume Importado (2020)Volume Importado (2024)
Mato Grosso6.131.9607.319.321
Paraná4.944.9976.898.963
Rio Grande do Sul5.758.2656.680.475
Minas Gerais2.944.7593.503.071
São Paulo3.307.7473.610.662
Dados: Conab, Anuário Agrologístico 2024.

Os principais tipos de fertilizantes enviados ao Brasil são os Nitrogenados (15,8 milhões de toneladas), Potássicos (14,1 milhões de toneladas) e Fosfatados (4,9 milhões de toneladas). A Rússia foi nosso principal fornecedor com 25,7% do total de fertilizantes enviados ao país.

Veja o perfil das importações, de acordo com cada fornecedor:

  • Rússia: 25,7% do total de fertilizantes e 37,7% do volume total de adubos potássicos.
  • China: 19,7% do total de fertilizantes e 37,8% do total de adubos nitrogenados.
  • Canadá: 3,6 milhões de toneladas de fertilizantes potássicos.

Como apontam os dados, o agronegócio brasileiro depende do fornecimento da Ásia e Leste Europeu para suprir sua demanda por fertilizantes. Além da exposição à volatilidade do dólar, o produtor brasileiro fica exposto a sanções econômicas, em virtude das instabilidades geopolíticas.

Não somente os Estados Unidos, mas também a União Europeia pode impor barreiras aos produtos agropecuários brasileiros em virtude da estreita relação entre Brasil e Rússia (principalmente). Já que as trocas comerciais podem ser vantajosas aos russos e sua máquina de guerra, em um cenário mais ameaçador à Europa.

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