Conflitos Militares e Econômicos Desafiam o Agro e Arriscam Segurança Alimentar.

O relatório do Fórum Econômico Mundial de 2025 destaca uma série de riscos globais que podem ter impactos significativos no agronegócio, na produção de alimentos e na segurança alimentar.

Conflitos e Economia Instável Desafiam o Agro. Imagem: Istockphoto.com
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Conflitos e economia instável são desafios ao agronegócio mundial e nacional, é o que podemos concluir do Relatório de Riscos Global de 2025, do Fórum Econômico Mundial.

Em sua vigésima edição, o relatório traz insights de mais de 900 especialistas sobre o momento atual do mundo em termos geopolíticos, ambientais, sociais e tecnológicos. Ameaças à estabilidade e ao progresso, especialmente dos países mais vulneráveis.

Prazos e Prioridades do Relatório de Riscos Globais 2025

De forma resumida, podemos elencar os riscos globais apontados pelo documento em três prazos distintos, cada um com suas próprias prioridades:    

  1. Curto Prazo (até 2025): mitigar os impactos dos conflitos armados e tensões geoeconômicas.   
  2. Médio Prazo (até 2027): combate à desinformação e mitigar os riscos relacionados à cibersegurança e possíveis confrontos geoeconômicos.    
  3. Longo Prazo (até 2035): enfrentar os riscos ambientais (eventos climáticos extremos, recursos naturais, biodiversidade etc) e riscos tecnológicos (inteligência artificial, biotecnologia etc).

Todos estes itens elencados, a qualquer prazo, oferecem riscos à agropecuária mundial e nacional. Cujas lavouras e o abastecimento sofrem com os conflitos armados e a guerra tarifária entre países.

Além disso, o agronegócio brasileiro pode sofrer com a desiformação, que destrói a confiança nos produtos e manejos do setor, bem como os ataques cibernéticos podem afetar colheitas e plantios.

Isso sem contar os riscos ambientais, elencados como prioridade de longo prazo, que podem inviabilizar as colheitas e prejudicar o agro de diversas formas. 

Conflitos e Economia Instável Desafiam o Agro

Conflitos Armados

Têm potencial explosivo para desestabilizar regiões e interromper a produção e distribuição de alimentos. Como é sabido, por onde a guerra passa deixa um rastro de destruição e contaminação, exigindo altas somas de dinheiro e tempo para recuperar toda a infraestrutura e devolver a fertilidade aos solos.

Além disso, a desestabilização de certas regiões pode exigir a busca por novos fornecedores e colocar pressão sobre as produções atuais e sua capacidade de entrega, impactando os preços com o aumento da demanda versus a redução na oferta. 

Para garantir o abastecimento dos mercados, pode ser necessária uma mudança nas rotas marítimas, que expõe o transporte de carga à pirataria, adicionando uma camada de pressão às commodities agrícolas sobre oferta vs demanda, custo vs risco de frete etc.

Tensões Econômicas

As disputas econômicas entre países, como o caso do tarifaço EUA x China, afetam o comércio internacional de alimentos, levando a aumentos de preços, redução na oferta ou até mesmo escassez.

Além disso, podem estremecer a relação de longa data entre parceiros, a partir de uma mudança repentina de política comercial dos compradores com grande poder de barganha, o que pode levar a mais tensões e até mesmo conflitos regionais.

Riscos Ambientais

Eventos climáticos extremos, como secas, inundações e tempestades (veja o caso do Rio Grande do Sul em 2024), são uma ameaça direta à produção agrícola. Pois tanto a agricultura quanto a pecuária dependem do clima como um ativo fundamental.

Um quadro de mudanças climáticas pode trazer sérias consequências às culturas regionais com efeitos em todo o mundo. A falta ou excesso de chuvas provoca perdas na safra, o calor excessivo pode gerar estresse hídrico e reduzir a produtividade das lavouras, entre outros efeitos.

A perda de biodiversidade coloca os sistemas produtivos sob risco, pois se reflete na disponibilidade dos recursos naturais, permite que pragas endêmicas se espalhem por uma área maior e atinjam plantas, animais e pessoas, além do impacto na polinização das plantas.

Todo esse equilíbrio ecológico, quando quebrado, pode alterar o regime de precipitação, liberar patógenos desconhecidos, introduzir pragas em regiões nas quais não eram comuns, reduzir a biodiversidade de controle biológico de pragas etc.

Riscos Tecnológicos

A tecnologia encontrou no agronegócio campo fértil à inovação e tornou-se parte imprescindível para a eficiência da produção e para a sustentabilidade do processo e da cadeia produtiva.

No entanto, tanta conectividade traz os riscos de cibersegurança, especialmente para produtores que investem em agricultura de precisão. Pois, o setor fica exposto ao vazamento de dados e espionagem industrial cibernética.

A exposição de dados estratégicos pode prejudicar as tomadas de decisão, bem como uma invasão e alteração de indicadores pode prejudicar a gestão das propriedades, com efeitos na viabilidade das lavouras.

Considerações Finais

Os riscos elencados no Relatório de Riscos Global de 2025, do Fórum Econômico Mundial como riscos de curto, longo e médio prazos e seus prováveis efeitos, demonstram a interconexão entre os diversos aspectos das relações internacionais.

São variados impactos que levam à perda de produtividade das lavouras, escalada de preços e potencial desabastecimento mundial. O que acarreta problemas gravíssimos devidos à escassez de alimentos.

Isso tornando a cooperação internacional essencial não apenas para garantir a estabilidade das relações políticas, econômicas e sociais, mas também para evitar uma crise alimentar global, com reflexos potencialmente nefastos nas populações mais vulneráveis.

Referências: World Economic Forum / Global Risks Report 2025

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