Redução da Produtividade dos Cafezais por Estresse Hídrico é Alerta sobre Cenário de Mudanças Climáticas

Compreender o desenvolvimento geral das plantas de café e a produção de frutos sob diferentes condições de disponibilidade de água é fundamental para a sustentabilidade dos cafezais.

A busca pelo uso eficiente dos recursos naturais é premissa das melhores práticas de manejo sustentável. Especialmente para um plano de enfrentamento de mudanças climáticas ou intensificação da agricultura nas regiões que mais enfrentam escassez de água.

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Pesquisadores da Universidade de Brasília, Embrapa Cerrados e Embrapa Café realizaram um estudo que avaliou os efeitos do estresse hídrico no crescimento, produção e na uniformidade dos frutos de diferentes genótipos de café arábica, no bioma cerrado.

Variáveis Hídricas e Climáticas

O estudo investiga como os diferentes níveis de disponibilidade de água afetam o crescimento e a produtividade das plantas, utilizando vários regimes hídricos. Incluindo irrigação durante todo o ano e diferentes graus de déficit de água durante períodos específicos.

Iniciado em abril de 2015, o experimento cobriu uma área de 7.359,5 m², onde os cafeeiros foram submetidos a condições climáticas variadas com falta de chuvas e altas temperaturas, de modo a estimular respostas das plantas sob condições e combinações diversas.

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Variáveis das Plantas

Variáveis morfológicas como: altura da planta, comprimento do galho e número de nós, foram avaliadas para entender o impacto do estresse hídrico nos diferentes genótipos de café que incluíram: Iapar 59, Catuaí 62 e E237.

Desta forma, foi possível determinar quais genótipos são mais resistentes ao estresse hídrico e como seu crescimento e produtividade variam sob diferentes estratégias de irrigação e condições climáticas.

Estresse Hídrico Reduz Produtividade dos Cafezais

O estresse hídrico causa impacto negativo na produtividade das plantas, afetando o crescimento, a floração e o rendimento geral. Entre os principais efeitos citamos:

• Crescimento e desenvolvimento reduzidos: o estresse hídrico leva à diminuição da expansão celular, redução da fotossíntese e atraso no desenvolvimento da planta.
• Floração e desenvolvimento de grãos: mesmo moderada, a falta de água pode comprometer a floração, o enchimento e o desenvolvimento dos grãos.
• Efeitos de longo prazo: períodos prolongados de estresse hídrico e uma redução de 50% na disponibilidade de água reduzem significativamente a produtividade da planta.

Estratégias de Irrigação

O estudo destacou que estratégias de irrigação podem mitigar os efeitos do estresse hídrico. Com melhoras significativas na maturação dos frutos e maior produtividade, em comparação com plantas de sequeiro, demonstrando o potencial do manejo eficaz da água.

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O estudo, publicado na revista Scientia Agricola, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), deve servir de base para o desenvolvimento de estratégias de mitigação de efeitos das mudanças climáticas, bem como manejos para intensificar a produtividade.