Boi Teca tem Retorno Financeiro de até 470%. Carne, Madeira, Sustentabilidade e Descarbonização.
O protocolo que integra pecuária de corte à produção de madeira (Tectona grandis) oferece bom retorno financeiro e pode melhorar o balanço de carbono do agro com produção de carne consorciada à silvicultura.

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O Boi Teca é um protocolo de manejo do Sistema Integrado Lavoura-pecuária que integra a bovinocultura de corte com a silvicultura de Teca (Tectona grandis). O sistema é fruto de Pesquisas da Embrapa Agrossilvipastoril, em Mato Grosso.
Os resultados obtidos foram empolgantes, já que a Teca é madeira de alto valor agregado e enorme aceitação no mercado. O que se reflete no retorno financeiro do sistema, que chegou a R$ 4,70 reais para cada R$ 1 real investido (470% de retorno), conforme relatado na pesquisa.
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Produção e Mercado da Madeira Teca
A Teca é produzida no Brasil em sistemas, preferencialmente, de monocultivo, com predominância em regiões quentes. As exigências de solo e os altos investimentos iniciais limitam o plantio da variedade, no entanto, o consórcio com a pecuária surge como alternativa para compensar os investimentos com produto de maior valor agregado.
A madeira de teca é altamente valorizada no mercado nacioanl e internacional por suas características, beleza e versatilidade. Com aplicação na decoração, construção civil e naval, entre outros. Seus produtos podem incluir:
- Faqueados e laminados (compensados e painéis sofisticados).
- Produtos serrados como mobiliários, decks, lambris, janelas, pisos e portas.
Boi Teca Alia Retorno Financeiro com Sustentabilidade
Os Sistemas Integrados lavoura-pecuária oferecem inúmeras vantagens aos produtores, desde que sejam respeitadas as características das plantas, do gado e ambientais, para que a atividade seja produtiva e bem sucedida.
O sistema Boi Teca utiliza plantas clonais, o que ajuda na disseminação da produtividade com indivíduos de características idênticas, além de escalar as áreas com uma genética superior. Como parte do plano de expansão do cultivo consorciado.
Dos 84 mil hectares de teca no Brasil, 68 mil hectares em monocultivo. No entanto, uma parceria da Embrapa com a Teak Resources Company (TRC) deve validar e expandir o sistema Boi Teca para 12,5 mil hectares de teca, em parceria com pecuaristas de MT e PA.
“Uma das vantagens desse sistema é a possibilidade de adicionar renda para o produtor sem se fazer a substituição de um monocultivo (pasto) por outra monocultura (floresta plantada). O objetivo é usar a pecuária como uma forma de expansão do cultivo da teca”.
Maurel Behling, pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril.
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Investimento e Retorno do Boi Teca
O investimento inicial está em torno de R$ 3,2 mil por hectare, que é um valor bastante alto, considerando a área necessária para colheita. No entanto, a pecuária e os desbastes iniciais trazem retorno do investimento nos primeiros oito anos, com ápice de receita no corte raso, entre o 18º e 25º ano.
Segundo o Estudo da Embrapa, o Sistema Boi Teca apresentou Valor Presente Líquido (VPL) – que permite avaliar a viabilidade econômica de um empreendimento – estimado em R$ 2.854,53 por hectare por ano. Mas o lucro depende da tecnologias utilizada e do manejo adotado.
“Não basta apenas plantar as árvores de teca de qualquer jeito no sistema integrado e ficar esperando que elas cresçam para que os lucros brotem para o produtor. É necessário investir em tecnologia, insumos adequados, operações corretas e eficientes, constante monitoramento fitossanitário e garantir produtividade e qualidade da madeira ao longo de todo o ciclo de rotação. Se isso tudo não for feito, a decepção será grande”.
Maurel Behling, pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril.
Boi Teca Exige Manejo Cuidadoso
O Manejo do Boi Teca abrange desde o planejamento da área e espaçamento das plantas até técnicas de podas, controle de pragas, recomendações nutricionais e prevenção de incêndios. Seguir as orientações e as boas práticas exigidas é fundamental para o sucesso da empreitada.
Para termos ideia da importância do manejo correto, no IPF o gado busca a sombra das árvores para melhorar o conforto térmico, especialmente durante a estiagem. No entanto, as árvores de Teca perdem as folhas durante o período, exigingo um plano de continuidade dos negócios.
A perda das folhas, sem um manejo adequado, oferece risco à produtividade do sistema pois o conforto térmico do gado promove maior ganho de peso e beneficia o sistema imunológico e a produção de hormônios sexuais nos bovinos.
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Reduzindo Riscos coms Sistemas Pecuária-Floresta
A pecuária e a silvicultura são atividades de ciclo longo, no caso das árvores podencho chegar a 20 anos. Por isso a necessidade de variar as fontes de renda da propriedade para garantir a viabilidade econômica das fazendas.
A bovinocultura já apresenta um produto de alto valor agregado e ciclo longo, embora possa haver entrada de receita recorrente, caso o proprietário adote um manejo que permita o abate mensal ou bimestral. No entanto, para compensar o prazo de espera para o corte das madeiras, é imprescindível escolher uma variedade que tenha alto valor agregado e demanda de mercado.
O corte da Teca preenche esta lacuna, mas é apenas uma das possibilidades. A conversão do sistema IPF em ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) também é uma possibilidade para mitigação de riscos (com receita de atividades de ciclo anual), bem como a venda de créditos de carbono, provenientes do balanço de carbono positivo dos Sistemas Integrados.
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REFERÊNCIAS: Novo sistema produtivo integra pecuária de corte com plantio de teca.