“Pastilhas de Sorgo” São Opção Sustentável Para Geração de Energia, Aponta Estudo.
Nova Tecnologia pode Alavancar a Energia Renovável com um Ciclo Descarbonizante ainda Mais Eficiente que das Florestas Plantadas, sem Abrir mão da Eficiência Energética.
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Um estudo conduzido pela Embrapa Florestas (PR), desde 2014, aponta alta eficiência da Biomassa de sorgo para geração de energia, como alternativa viável à biomassa florestal.
Os pesquisadores desenvolveram um formato de compactação que supera as dificuldades com a alta umidade e a baixa densidade da biomassa, que dificultavam o transporte e a queima. Chegando a um resultado que permite substituir até 66% da madeira em processos industriais sem perda de poder calorífico.
“Verificamos que a pesquisa precisava ser feita pensando em biomassas alternativas à madeira, uma vez que seria difícil convencer produtores da região a trocar suas lavouras anuais de alto retorno econômico, como algodão, soja e milho, por florestas plantadas para fins energéticos que levam até seis anos para colheita”.
Flavio Tardin, pesquisador da Embrapa.
A pesquisa, que também envolveu Embrapa Agrossilvipastoril (MT) e Milho e Sorgo (MG), com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e comprovou a viabilidade e versatilidade da matéria prima, ampliando o contexto favorável à produção de sorgo.
Energias Renováveis Avançam no Brasil
O avanço das demandas por geração de energia mais limpa e ciclos descarbonizastes, coloca o Brasil no centro da discussão sobre transição energética, tanto pelo potencial já instalado (hidrelétrica, eólica e solar), quanto pela capacidade de geração de energia à base de biomassa como o etanol (cana-de-açúcar), biogás (suinocultura), carvão (silvicultura), entre outros.
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A grande vantagem das energias à base de biomassa (especialmente de plantas) é a sua capacidade de sequestrar carbono enquanto são produzidas, o que gera um adicional de valor ao processo de geração de energia, favorecendo a transição para uma economia carbon-friendly.
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Novos estudos buscam melhorar a aplicação e eficiência da biomassa.
A intensificação do uso de sorgo em combinação com a madeira, já que o sorgo tem um ciclo menor e muito menos valor agregado que a floresta, faz com que a geração seja eficiente com muito menos custo.
“Nesse contexto de busca por fontes renováveis e sustentáveis, a alta produtividade do sorgo-biomassa e seu uso estratégico na forma densificada se mostram como alternativas viáveis à madeira, especialmente em regiões onde o cultivo de espécies florestais enfrenta desafios”.
Flavio Tardin, pesquisador da Embrapa.
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Sorgo em “Pastilhas” é Energia Limpa
O sorgo densificado é o formato mais adequado ao transporte e à queima, segundo os resultados da pesquisa. É utilizado em forma de briquetes (blocos compactos e densos) que contém a matéria-prima vegetal energética altamente compactada, pronta para a queima.
O formato, além de vencer a barreira da umidade, permite um transporte facilitado, o que facilita sua inserção no processo industrial de produção, comercialização e distribuição. Além disso, adiciona mais um item na versatilidade ao sorgo, cuja biomassa também pode ser utilizada para a geração de etanol.
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Tecnologia Promissora em Busca de Investimento
A Embrapa busca parceiros para continuar desenvolvendo a tecnologia do sorgo-biomassa, que pode ser aliada importante para a contenção e gerenciamento de riscos, caso haja um déficit de madeira, por exemplo.
“Conseguimos bons resultados com as mesclas em laboratórios e vamos ampliar os estudos em função dos diferentes processos de queima, logística, automação, que existem nas indústrias, incluindo pellets. Nesse sentido, estamos em busca de indústrias e cooperativas que queiram plantar sorgo-biomassa e validar seu uso para produção de energia”.
Marina Morales, Pesquisadora da Embrapa.
Sorgo pode Fazer Brasil Subir de Patamar
Esse novo método pode ser mais um ativo inovador do agronegócio brasileiro, que avança na produção de sorgo. A produção da gramínea, entre 2014 e 2023, recuou 27% nos Estados Unidos, maiores produtores mundiais e 7% na Nigéria, segundo maior do sorgo mundial (USDA, 2024).
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Em compensação, o Brasil (terceiro no ranking) viu sua produção de sorgo crescer 134% no mesmo período (USDA, 2024). Sem contar a previsão para os próximos 10 anos para agronegócio do sorgo, que deve crescer mais 41,6% (CONAB, 2024).
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Com novas aplicações, o sorgo passa a ser mais valorizado no mercado, já que a versatilidade da commodity é uma vantagem competitiva a impulsionar produção e consumo. Dominar a tecnologia de produção de um produto valioso é fundamental para o Brasil, que já ocupa a vanguarda da Soja.
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