Novo bioinsumo revoluciona manejo e recupera pastagens
Tecnologia brasileira em parceria público-privada cria um novo inoculante para forrageiras que eleva a produção e reduz custos de adubação.
A pesquisa agropecuária nacional deu um passo importante para aumentar a sustentabilidade da pecuária. A Embrapa Agrobiologia, em conjunto com a empresa Agrocete, desenvolveu um bio-input com tripla ação para pastagens. O produto, um inoculante multiforrageiras, promete ser uma ferramenta chave para o produtor rural.
O novo insumo biológico é uma formulação que combina três estirpes bacterianas promotoras de crescimento vegetal, incluindo a Bradyrhizobium, amplamente usada na cultura da soja. A tecnologia atua na fixação biológica de nitrogênio (FBN), um processo natural que diminui a necessidade de fertilizantes sintéticos. A expectativa é que o lançamento comercial ocorra a partir de 2026.
Estudo da Embrapa estima potencial de faturamento de fábrica de bioinsumos
A Resposta a um Desafio Crítico
A inovação surge para responder a um desafio crítico do campo, que afeta a eficiência e a rentabilidade. No Brasil, cerca de 78% dos 159 milhões de hectares de pastagens apresentam algum nível de degradação, segundo dados setoriais. Isso significa mais de 100 milhões de hectares com baixa produtividade, impactando diretamente a qualidade da forragem e os resultados da fazenda.
O grande diferencial da solução está em sua versatilidade de uso e aplicação. Ele é eficaz tanto em áreas com consórcio de gramíneas e leguminosas quanto em pastagens puras, como as de braquiária. A formulação facilita a adoção da biotecnologia em diferentes sistemas de produção e manejo, inclusive no contexto da Integração Lavoura-Pecuária (ILP).
A adaptabilidade e o foco em múltiplos sistemas é um ponto estratégico para o setor.
“Vai atender tanto ao pecuarista que maneja as pastagens de modo tradicional, quanto àquele que pretende investir na mitigação de gases de efeito estufa por meio do uso do consórcio da gramínea com a leguminosa, ou mesmo ao produtor que investe na Integração Lavoura-Pecuária (ILP).”
Bruno Alves, Pesquisador da Embrapa Agrobiologia.
Ganhos Econômicos e Ambientais
A aplicação do bio-input gera economia real ao pecuarista. Ao estimular o desenvolvimento das raízes e o crescimento das plantas, o produto diminui a dependência da adubação nitrogenada, que é um dos maiores custos na produção de proteína animal.
Benefícios Chave do Inoculante
- Melhora a fertilidade do solo naturalmente por meio da FBN.
- Impulsiona o enraizamento das forrageiras.
- Promove a circularidade de nutrientes no sistema.
- Gera ganho real pela economia de insumos.
A produtividade caminha junto com os ganhos ambientais. Pesquisas de campo indicam que a tecnologia contribui para a pecuária regenerativa. Testes iniciais em ambiente controlado já demonstraram uma elevação de mais de 30% na biomassa de leguminosas, impulsionando os planos de registro.
“Mesmo em pastagens exclusivamente de gramíneas, como braquiária, o inoculante proporciona economia na aplicação de nitrogênio, gerando ganho real ao produtor.”
Jerri Zilli, Pesquisador da Embrapa Agrobiologia.
A inovação é um caminho fundamental para o agro ser eficiente e sustentável. Ao viabilizar o consórcio, o inoculante pode reduzir em até 30% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e ainda aumentar o sequestro de carbono no solo (até 4,4 toneladas de carbono por hectare ao ano). A tecnologia confirma o papel da ciência como impulsionadora do desenvolvimento econômico e da preservação.
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