Peste Suína na Espanha Abre Espaço para Brasil no Mercado Global

O mercado internacional de carne suína sofreu um impacto com a confirmação de nove casos de Peste Suína Africana (PSA) na Espanha, em novembro de 2025. Como o país foi o maior exportador mundial da proteína em 2023, qualquer interrupção em seu fluxo causa efeitos no setor.

A reação dos compradores foi imediata. México e Japão suspenderam totalmente as compras da origem espanhola. Já a China optou por um bloqueio regionalizado, focando apenas na província de Barcelona, epicentro do surto. Essa paralisia afeta cerca de um terço de tudo o que a Espanha envia para o exterior.

Para o produtor brasileiro, esse cenário representa uma oportunidade para preencher essa lacuna de suprimento. O Brasil já possui canais abertos com esses destinos e está pronto para suprir a demanda, descoberta pelas questões sanitárias espanholas.

Desempenho Brasileiro no Ano

Embora novembro tenha registrado uma queda de 26,3% no volume exportado pelo Brasil (105,2 mil toneladas), os números acumulados de 2025 são recordes. Até agora, o país já embarcou 1,35 milhão de toneladas, superando o total de 2024 antes mesmo do fechamento do ano.

• Acumulado 2025: 1,35 milhão de toneladas exportadas
• Receita 2025: R$ 3,27 bilhões gerados até novembro
• Principais Destinos: Filipinas (28,1 mil t), China e Chile

As Filipinas seguem como principal comprador, absorvendo mais de 350 mil toneladas no ano. O Chile também se destaca com quatro meses seguidos de alta nas importações da carne brasileira.

Estratégia e Continuidade

O redirecionamento da demanda global pode elevar os preços pagos ao Brasil e acelerar a recuperação da receita após a queda de novembro. O desafio, no entanto, é garantir a biosseguridade, de forma que o produto brasileiro continue sendo a opção segura para o mundo.