Manejo Sustentável Dispara Produtividade do Café e Alavanca Turismo Rural no Norte do Brasil.
O manejo sustentável dos cafezais com a utilização de variedades clonais, em detrimento das seminais, está transformando a paisagem da cafeicultura no norte do Brasil com produtividade, sustentabilidade e impacto social.

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A clonagem de plantas na cafeicultura é uma das ferramentas disponíveis para reforçar o cultivo do café no Brasil. O país, que já ocupa o posto de maior produtor de café do mundo, dominando a cultura do arábica, segue em busca da liderança também das variedades canéforas.
A utilização de novas metodologias de cultivo combinadas à biotecnologia já transformou o cenário nacional de importantes commodities de ciclo como a soja e o milho; e deve consolidar a vanguarda brasileira no cultivo de culturas perenes como o café e a laranja.
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Pesquisa Agropecuária Impulsiona Produtividade e Sustentabilidade
À medida que as tecnologias avançam, levam dos laboratórios para as fazendas um aumento de produtividade com redução de custos e riscos. Dentro dos quais encontram-se manejos como o controle biológico de pragas, plantas resistentes ao estresse hídrico, culturas consorciadas com meliponicultora, sistemas integrados etc.
Todas essas tecnologias, utilizadas em conjunto ou separadamente, buscam eficiência produtiva, redução de custos com maximização da produtividade, melhor aproveitamento dos recursos naturais e menor impacto ambiental.
Framework de trabalho que é fruto de uma pesquisa agropecuária de ponta – liderada pela Embrapa, mas que conta com a participação de iniciativa privada, universidades etc – voltada à integração da sustentabilidade ao processo produtivo.
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Manejo Sustentável Dispara Produtividade do Café.
Um exemplo prático de como a pesquisa agropecuária brasileira equaciona e soluciona o tripé econômico, ambiental e social é a utilização de variedades clonais para o cultivo cafeeiro na Amazônia.
O cultivo do café na região era feito com base em variedades seminais. Aos poucos, a utilização das variedades clonais passou a ganhar a preferência dos produtores que, com renovação de cafezais, transformaram a cafeicultura em uma estrutura produtiva mais robusta.
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As variedades, conhecidas como cafés Robustas Amazônicos, já estão presentes nos cafezais familiares do Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima e outras regiões, onde os produtores obtiveram ganhos de produtividade de mais de 400%, saindo dos cultivos seminais com produtividade média de 20 a 30 sacas de 60kg, para produções de até 120 sacas com os clonais.
“Já os cafés clonais Robustas Amazônicos, além de altamente produtivos, proporcionam maturação uniforme, essencial para obtenção de grãos de qualidade, e o uso de variedades precoces ou tardias permite planejar a colheita. Esses materiais genéticos, aliados a tecnologias de manejo, conferem à cafeicultura expressiva capacidade de gerar renda e agregar valor à produção familiar e elevam o potencial de transformação da cultura, ainda mais visível na vida de pequenos produtores”.
Aureny Lunz, pesquisadora da Embrapa Acre.
Mais Produtividade, Sustentabilidade e Qualidade de Vida.
O impacto social que a tecnificação tem levado aos agricultores da região é digno de aplausos. Um aumento de produtividade de 20 para 120 sacas de café gera uma renda expressivamente maior, sem necessitar um aumento de área de cultivo, favorecendo o cumprimento das metas ambientais que, em algumas regiões, chegam a 80% de reserva legal nas propriedades.
“Alcançamos avanços significativos na cultura e dispomos de tecnologias que possibilitam aproveitar todo o potencial agronômico dos clones de cafés Robustas Amazônicos e elevar a produção. Por isso, é comum encontrar propriedades familiares com produtividade de 120 a 150 sacas de café por hectare e algumas lavouras superam 200 sacas”.
Enrique Alves, pesquisador da Embrapa Rondônia.
Além disso, estamos tratando de uma mudança radical de vida, onde o agricultor trabalha com um produto de alto valor agregado, com adicional de valor reputacional para o agronegócio brasileiro, que pode levar aos consumidores mais que o café, podem contar uma história de vida.
“Somente com o uso de clones adequados, manejo nutricional baseado nas necessidades das plantas e um sistema de irrigação eficiente, a cultura evoluiu. Produzimos 120 sacas de grãos em uma área de 1,2 hectares, um desempenho produtivo excelente. Com o apoio da cooperativa, adequamos a propriedade para um processo de produção que vai do campo à xícara e transformamos a atividade em um negócio familiar rentável. Ver o nosso café nas prateleiras de supermercados é a realização de um sonho”.
Romualdo da Silva, agricultor e produtor do Robusta Amazônico.
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Tranferência de Tecnologia Melhora a Reputação do Agro e atrai Turismo para a Região Norte
As boas práticas de manejo combinadas à alta produtividade do café Robusta Amazônico chamam a atenção de outros produtores e turistas, que visitam as propriedades em busca de conhecimento e compreensão de como a transferência de tecnologia está transformando a vida dos agricultores.
Além de todos os benefícios diretos do aumento da produção, outros benefícios econômicos vêm com a melhoria no padrão de vida dos agricultores, como o desenvolvimento do comércio local, a abertura de mercados de inovação e uma nova rede de valor que se desenvolve em torno da cafeicultura sustentável.
O manejo sustentável mantém a cafeicultura atrativa comercialmente, enquanto o turismo dá capilaridade às práticas sustentáveis do agro brasileiro, incrementando a renda das famílias e rentabilizando melhor o capital dos agricultores.
Todo esse impacto vem na esteira da inovação trazida pela pesquisa agropecuária brasileira, que comprova o compromisso do agronegócio nacional com o desenvolvimento das atividades agropecuárias equilibrando aspectos econômicos, sociais e ambientais, sem deixar ninguém para trás.