🇨🇳 Conheça os Ricos da “China-dependência” para o Agro

A Contribuição do Agronegócio com 49% do Total Exportado pelo Brasil é um Resultado Espetacular, mas Arriscado. Entenda o porquê!

Imagem: Istockphoto

A Contribuição do Agronegócio com 49% do Total Exportado pelo Brasil é um Resultado Espetacular, mas Arriscado.

Quando falamos do agronegócio brasileiro estamos, automaticamente, falando de exportações e de um país gigantesco em proporções, população e participação nos resultados cada vez mais positivos do setor no Brasil: a China.

Desde a abertura econômica gradual realizada pela China (mais acentuada nos anos 2000), o país asiático estreitou relações comerciais com o Brasil, especiamente em busca das commodities agrícolas. Momento em que o país sulamericano decolou junto com seu agronegócio.

Grande Contribuição do Agro na Balança Comercial

Os volumes cada vez maiores de produção e exportação agrícolas brasileiros chegaram a incríveis 49% do total de exportações do país em 2023 (Dados do Sistema CNA/Senar). Em anos anteriores, a China correspondia a 32% de share das exportações do agro, dos mais diversos produtos.

Para se ter uma ideia da importância do agronegócio brasileiro, o Brasil está entre os 3 maiores produtores/exportadores de pelo menos 6 commodities agrícolas (laranja, soja, milho, café, carne bovina e carne de frango – Dados Sistema CNA Senar).

Risco Climático Traz Instabilidade para as Projeções de Safra

A safra 2023/24 deve ser afetada pelos eventos climáticos e efeitos decorrentes do El Niño. Que promete seguir em 2024, com possibilidade da chegada do La Niña, que pode provocar mais efeitos climáticos, com impactos na produtividade do agronegócio, em diversos países produtores.

O risco climático afeta diversos países produtores mas, em certa medida, pode atrair mais mercados para o Brasil, pelo total de sua produção. Na safra 2022/2023 o share da China nas exportações do agro brasileiro pulou para 36%, ampliando a predominância do país asiático como o principal comprador de commodities agrícolas brasileiras.

Diversificação de Mercados como Mitigação de Riscos

O escoamento da produção para o mercado externo é uma boa notícia, que pode esconder um risco. Já que grandes mercados consumidores podem exigir prioridade em casos de quebra de safra mundial. O que deve comprometer a abertura de novos mercados.

Neste contexto, a estratégia de descentralização dos destinos das commodities pode ser comprometida, pois, considerando que a escala de produção só foi possível pelos volumes exigidos pela China, o Brasil pode ser compelido a escolher parceiros de maior volume para manter a cadeia de inovação e sustentabilidade das culturas agrícolas.

Riscos da Incerteza nas Parcerias Comerciais

A performance internacional do setor atraiu investimentos e tornou o agro brasileiro um grande mercado de inovações. Por isso a parceria com a China é estratégica e, ao mesmo tempo, arriscada em momentos de crise.

A busca de novos mercados é um movimento importante do agronegócio brasileiro, que é capaz de oferecer grande número de produtos – sob rigorosas exigências de manejo – com eficência, segurança sanitária e competitividade.

No entanto, é necessário ter cenários de risco sobre a mesa, para que haja equilíbrio nas decisões estratégicas. De modo que a abertura de novos mercados não abra oportunidade para outros mercados produtores acessarem nossos parcerios comerciais, gerando incertezas no escoamento da produção com todos os seus efeitos indesejáveis.


Referências

Sistema CNA/Senar

Posts Similares