Brasil Livre de Aftosa sem Vacinação Reforça Compromisso do Agro com a Sustentabilidade.

O novo status de Pecuária Livre de Aftosa sem Vacinação alavanca a reputação do agronegócio brasileiro, garantindo a qualidade e segurança da carne, leite e derivados produzidos, com práticas sustentáveis.

Brasil Livre de Aftosa sem Vacinação. Imagem: Istockphoto.com
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O Brasil Livre de Aftosa sem Vacinação é uma conquista que envolve Produtores Rurais e Colaboradores, Sistema CNA/Senar, Federações e Sindicatos, Equipe PNEFA, Ministério da Agricultura (Mapa), Parlamentares e Políticas Públicas, Indústria e Serviço Veterinário Oficial, além de outros atores que participaram do processo.

Importância Econômica da Pecuária

A pecuária brasileira deve gerar um valor bruto de produção de R$ 520,4 bilhões em 2025 (CNA/Senar, 2025). Em 2024, o setor de carnes gerou US$ 26,31 bilhões em receitas de exportação, 16% da receita total (Cepea/Esalq USP, 2025). A pecuária também é responsável por uma imensa cadeia de fornecimento, com produtos que atendem vestuário, calçados, mobiliário, automóveis etc.

Febre Aftosa: O Risco Fitossanitário que Ameaçava o Brasil

A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que afeta animais de casco fendido, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos. Ela é causada por um vírus altamente contaminante. Entre os principais sintomas estão febre e aparecimento de vesículas (aftas), principalmente na boca e nos pés.

As formas de transmissão incluem contato direto com animais, alimentos e objetos contaminados. Além da movimentação de animais, pessoas, veículos e outros objetos contaminados pelo vírus (ex: calçados, roupas e mãos de pessoas que lidaram com animais doentes).

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária – Perguntas Frequentes Sobre Febre Aftosa

Impactos Econômicos da Febre Aftosa

A doença afeta diretamente o bem-estar dos rebanhos com impacto na produção e produtividade. Reduzindo o volume produzido e comprometendo a qualidade e segurança dos produtos e derivados.

Além de apresentar um risco à segurança dos alimentos, tem alcance dos pequenos aos grandes produtores, com reflexos no comércio interno e externo, com reflexo nos setores compradores de matérias-primas pecuárias. 

A doença é tão séria que poderia impor ao Brasil barreiras comerciais, impedindo a exportação de animais e produtos de regiões com ocorrência da doença, devido ao alto poder de difusão do vírus.

Ganhos e Oportunidades para a Pecuária Livre de Aftosa Sem Vacinação

Como visto anteriormente, a febre aftosa é um risco fitossanitário com resultados potencialmente catastróficos, em caso de descontrole. No entanto, a doença foi controlada com um plano de manejo que data dos anos 1960, com o início das campanhas de erradicação no Brasil.

Entre 2000 e 2004 o Brasil atingiu uma conquista importante, que foi a consolidação do controle da febre aftosa com vacinação. Fazendo a pecuária avançar e abrir mercados a produtos pecuários de regiões livres com vacinação.

No entanto, o país ainda enfrentava surtos da doença em regiões fronteiriças, com alguns impactos nas exportações. Além das consequências econômicas internas da quebra de receita e abate emergencial de animais.

Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA)

Em 2017 o Brasil lança um plano ousado para colocar o paíse como livre de aftosa sem vacinação, através do PNEFA, que estabelece a meta de mudar o status da pecuária nacional até o ano de 2026. Trabalho que envolvia, entre outras ações, a retirada gradual da vacinação, modernização dos serviços veterinários regionais, controle em fronteiras e vigilância ativa.

O resultado chegou antes do prazo, com o anúncio na 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da OMSA, em Paris, no dia 29 de maio de 2025. Quando a Organização Mundial de Saúde Animal declarou o Brasil oficialmente País Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação. Dando conhecimento e validação internacional ao manejo da pecuária brasileira, que venceu a febre aftosa de forma sustentável.

Agronegócio e Mercados Consumidores Comemoram

O longo caminho percorrido até aqui pela pecuária na luta contra a febre aftosa trará dividendos para o mercado interno e externo. Um dos efeitos na cadeia de fornecimento e na produção de alimentos deve ser o aumento da escala, com todas as inovações e benefícios decorrentes.

O crescimento da produção pecuária com a redução de custos de vacinação, deve reduzir custos gerais de carne e derivados, melhorando a rentabilidade de pequenos, médios e grandes produtores.

Com menores custos e mais rentabilidade, a produção torna-se menos arriscada (a carne bovina é um produto de ciclo longo, alto valor agregado e demanda elástica, portanto, de alto risco). Além disso, os maiores rendimentos dos produtores alavancam as economias locais (comérico e serviços).

Impactos Sociais e Ambientais

A escala de produção nacional aliada a abertura de novos mercados mundiais, decorrente de uma melhor reputação da carne brasileira, deve gerar adicionais de receita importantes. Já que os mercados de maior poder aquisitivo pagam mais por protocolos mais rígidos.

Neste caso, o Brasil, que já tem a questão dos custos mais eficiente que outros países, também oferece um valor reputacional importante, completando sua vantagem competitiva com custos e diferenciação.

Esse impacto econômico do agronegócio sempre está ligado ao pilar social e ao ambiental, da tríade da sustentabilidade. Como não há pagamento por serviços ambientais para compensar redução na área produtiva, exige-se um aumento da produtividade e rentabilidade por hectare.

Além disso, existe um impacto social positivo evidente quando um setor econômico prospera. No caso da pecuária brasileira, só a melhora da qualidade dos alimentos e derivados, decorrente da produção livre de aftosa sem vacinação, já é socialmente e ambientalmente responsável. Sem contar o aumento de emprego e renda, consequentes.

Neste contexto, cria-se uma atmosfera de confiança no manejo agropecuário brasileiro. Confirmando o compromisso do agro com a segurança alimentar, a qualidade dos produtos e as práticas sustentáveis.

A declaração do Brasil país livre de aftosa sem vacinação é um marco no agronegócio brasileiro. Já que coloca o setor, definitivamente, na rota da sustentabilidade e demonstra a qualidade dos resultados quando setor produtivo, parlamentares e governos trabalham em prol do país.

REFERÊNCIAS: Aftosa – Perguntas e respostas sobre o novo status sanitário do Brasil.

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