Falta de recursos não é páreo para gestão eficiente na pecuária leiteira.
Um bom planejamento de longo prazo e controle de processos pode ajudar produtores de leite a explorar um potencial inibido com recursos já existentes na propriedade.
A falta de recursos é uma ideia que desencoraja maiores investimentos nas propriedades leiteiras. Entre outros fatores, pelo alto custo de manutenção de mais animais no plantel, cujo impacto nem sempre se reflete na rentabilidade da propriedade.
No entanto, ela pode ser apenas uma impressão, se considerarmos que os recursos disponíveis podem esconder um potencial produtivo enorme, desde que geridos de forma mais eficaz e abrangente, com os indicadores corretos, não apenas em custos e pagamentos, mas também planejamento e controle de processos.
Necessidade de produzir mais e melhor
O cenário de baixo crescimento da pecuária leiteira contrasta com a necessidade de produzir mais leite e, sobretudo, produzir melhor. Especialmente quando analisamos os pequenos produtores, que são mais afetados por essa pressão.
A pecuária leiteira tem sofrido com a concorrência do leite em pó argentino, que controla a inflação do produto mas reduz a competitividade do produtor interno. Para termos ideia, entre 2014 e 2023, a produção de leite cresceu apenas 1%, enquanto o rebanho bovino cresceu 12%. Essa diferença aponta para a maior atratividade da pecuária de corte, mesmo com custos e riscos mais altos.
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Gestão profissional e o leite como prioridade.
Ainda que a variedade de receitas (venda de novilhas, derivados do leite etc) seja imprescindível para compor a lucratividade das propriedades, nos diversos sistemas produtivos o leite é o carro-chefe, ainda que ofereça baixas margens e altos custos de manutenção do rebanho produtivo.
Para superar esse cenário e a percepção de falta de recursos, a gestão deve escolher os indicadores certos para identificar lacunas de rendimento e realocar recursos existentes para aumentar a produtividade.
Como exemplo podemos citar o problema da “recria inchada”, onde há muitos animais na propriedade, com boa parte deles fora de produção consumindo recursos (forragem, sanidade, mão de obra) de forma custosa e ineficiente.
Com um bom planejamento, é possível mudar a proporção, aumentando a quantidade de animais em lactação, e reduzindo a capacidade ociosa, usando, dessa forma, exatamente os mesmos recursos (animais e insumos) para liberar o potencial inibido da propriedade.
Nesse aspecto, os KPIs (indicadores de performance) compreender e gerir melhor os recursos já existentes, ajudando na redução de riscos e inibindo a percepção de falta de recursos, dando mais competitividade à fazenda em sistemas produtivos tecnificados ou não.
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