Modernização e consumo interno elevam lácteos, mas México se expõe a insumos
Crescimento da produção leiteira é projetado para 2026, impulsionado pela demanda doméstica, exigindo atenção à crescente dependência externa.

O setor lácteo é vital para a economia mexicana: o leite fluido é o terceiro produto pecuário mais relevante em volume produzido e consumido. No cenário global, o país se destaca como o principal destino das exportações de lácteos dos Estados Unidos.
O relatório anual do Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS) do USDA projeta tendências até 2026 e serve como referência para decisões de negócios e políticas agrícolas.
Panorama da Indústria Láctea
A produção de leite deve atingir 14,1 milhões de toneladas métricas em 2026, um crescimento de cerca de 2%. O avanço é resultado da modernização da pecuária leiteira, com investimentos em tecnologia, genética e gestão de rebanhos.
Em 2024, no entanto, a seca prolongada reduziu a produtividade, mostrando a vulnerabilidade do setor às condições climáticas.
Segmentos em Destaque
Queijos
O queijo desponta como motor da expansão, com aumento simultâneo de produção, consumo e importações, sinalizando um mercado doméstico em transformação.
Manteiga
A produção deve crescer marginalmente, mas as importações tendem a subir de forma significativa, abastecendo principalmente hotéis, restaurantes e o turismo. O México já ocupa a posição de quinto maior consumidor mundial de manteiga.
Leite em pó desnatado (SMP)
O país continuará dependente das importações, devido à falta de capacidade instalada para secagem e à competitividade dos preços internacionais.
Consumo e Tendências
O consumo interno previsto para 2025 é de 13,9 milhões de toneladas, praticamente igual à produção. O aumento do salário mínimo e o suporte governamental fortalecem o poder de compra das famílias, enquanto o consumo industrial de leite fluido mantém tendência de alta.
Comércio Internacional
A indústria mexicana deve suprir 85% do consumo nacional com produção doméstica, dependendo de importações para os 15% restantes. O leite em pó importado é estratégico para a indústria de transformação, e a proximidade com os Estados Unidos garante suprimento constante e acessível.
Oportunidades e Desafios
Oportunidades
- Modernização contínua da produção.
- Expansão do setor de queijos.
- Custos de ração relativamente mais baixos, aliviando despesas.
Desafios
- Dependência de insumos importados, como SMP.
- Alto custo da ração, que pode representar até 80% das despesas.
- Recorrência de secas, exigindo tecnologias de mitigação de riscos climáticos.
Conclusão
O panorama para 2026 é de crescimento consolidado, sustentado por investimentos produtivos e demanda doméstica aquecida. O desafio central será equilibrar esse avanço com a crescente necessidade de insumos externos.
Para garantir resiliência, o setor precisará desenvolver estratégias que reduzam a vulnerabilidade às flutuações internacionais e aos impactos climáticos, mantendo a competitividade e a sustentabilidade da cadeia láctea mexicana.
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