Controle biológico da murcha do tomateiro: solução pode vir do solo amazônico.

A murcha do tomateiro é uma doença de importância econômica que atinge tomateiros e outras culturas importantes. O controle biológico pode reduzir custos de produção e mitigar riscos.

Controle biológico da murcha do tomateiro: solução pode vir do solo amazônico. Imagem: Istockphoto.com
Controle biológico da murcha do tomateiro: solução pode vir do solo amazônico. Imagem: Istockphoto.com
Compartilhe

Siga o Agro Sustentar no Whatsapp. Canal GRATUITO de notícias e informações do AGRO diretamente em seu smartphone, com SEGURANÇA e PRIVACIDADE.

A murcha do tomateiro é uma doença de difícil controle que causa grandes perdas de produtividade, especialmente em cultivos em climas quentes e úmidos. A bactéria causadora pode permanecer por muitos anos no solo, inviabilizando as plantas e exigindo o abandono da cultura, nos casos de infestações mais graves.

Para termos uma ideia, a produção de tomate no Brasil chegou a R$ 10,6 bilhões de reais em valor de produção (IBGE, 2024), com um rendimento de R$ 179.500 reais por hectare e produtividade média de 70.598 Kg por hectare, sendo o décimo produto agrícola com maior valor de produção no Brasil.

Tamanho impacto econômico revela o potencial de dano da doença, que atinge outras culturas como a soja, principal commodity agricola exportada pelo Brasil.

Controle Biológico da Murcha do Tomateiro

A doença, causada pela bactéria Ralstonia solanacearum, representa uma grande ameaça aos tomateiros e outras culturas como: batata, pimentão, banana, feijão e soja. Fato que aumenta a necessidade de medidas eficazes para o controle da praga.

Nesse contexto, pesquisadores da Embrapa, em colaboração com a Universidade Federal do Amazonas, Universidade do Estado do Amazonas e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, avaliaram o potencial de microrganismos isolados dos sedimentos dos rios Solimões e Negro no combate à bactéria causadora da doença.

Os resultados da pesquisa demonstraram o potencial de três bactérias identificadas no estudo — Priestia aryabhattai RN 11, Streptomyces sp. RN 24 e Kitasatospora sp. SOL 195 — que apresentaram capacidade de inibir o crescimento da Ralstonia solanacearum.

  • A bactéria Priestia aryabhattai RN 11 demonstrou alta eficácia, reduzindo a incidência da doença em 40% na estação seca e 90% na chuvosa.
  • As bactérias Streptomyces sp. RN 24 e Kitasatospora sp. SOL 195 mostraram altas taxas de sobrevivência no solo (85% a 90%) e suprimiram o patógeno em mais de 90%.

As bactérias também se destacaram por promover o crescimento das plantas infectadas e produzir enzimas e compostos que beneficiam o desenvolvimento das plantas.

A partir da identificação desse potencial, a descoberta pode ser usada no desenvolvimento de soluções biológicas, como inoculantes microbianos, para combater a doença e reduzir perdas e riscos da cultura tomateira, sobretudo na região Norte, onde a pesquisa foi realizada.

Considerações Finais

A descoberta abre novas perspectivas para o controle biológico de pragas e o manejo sustentável das lavouras no Brasil, com redução de riscos e danos e também menores custos com defensivos químicos. Além disso, revela todo o potencial da biodiversidade brasileira em alimentar uma cadeia de insumos importante para a agropecuária.

REFERÊNCIA: Bactérias encontradas em rios amazônicos controlam agente causador da murcha bacteriana do tomate

Compartilhe