Cápsulas de alho mostram eficácia contra parasitas do Pirarucu
Pesquisa da Embrapa revela que o alho reduz parasitas em alevinos, sem toxidade e com alternativas sustentáveis.

Estudo coordenado pela Embrapa Pesca e Aquicultura destaca uma alternativa sustentável e de baixo custo para um dos maiores desafios na criação de pirarucus: o controle de parasitas em alevinos.
A pesquisa validou que cápsulas de alho comuns (encontradas em farmácias) são eficazes contra os dois principais inimigos dos alevinos: os tricodinídeos (protozoários) e os monogeneas (vermes das brânquias).
Não foram observadas mortalidade ou alterações comportamentais dos alevinos de pirarucu durante o experimento. Os resultados sugerem que o alho pode ser uma alternativa fitoterápica promissora para o manejo de ectoparasitas na piscicultura, particularmente na concentração de 5,0 mg/L por quatro dias de exposição”.
Patricia Maciel, pesquisadora da Embrapa.
Principais Benefícios
- Baixa Toxidade: O tratamento não causou mortalidade ou alterações comportamentais nos peixes.
- Sustentabilidade: Reduz a dependência de produtos químicos (como o triclorfon).
- Acessibilidade: Utiliza um produto fitoterápico facilmente encontrado no mercado.
O estudo, publicado na revista Veterinary Parasitology, reforça que o óleo de alho pode ser uma alternativa fitoterápica promissora para o manejo de ectoparasitas na piscicultura.
Dosagens e Eficácia
Os pesquisadores testaram concentrações entre 2,5 mg/L e 10 mg/L em banhos estáticos de 4 dias (96 horas). Segundo a Embrapa, a concentração de 5,0 mg/L por quatro dias se mostrou a mais equilibrada, garantindo eficácia contra os parasitas sem comprometer o bem-estar dos peixes.
| Parasita | Dosagem Estudada | Eficácia Observada |
| Monogeneas | 2,5 mg/L | Redução de 33,5% a 42,9% |
| Tricodinídeos | 5,0 mg/L | Eficácia de 77% (morte dos protozoários) |
Os resultados indicam o uso em dois momentos críticos:
- Treinamento Alimentar: Quando os alevinos saem dos viveiros naturais e começam a comer ração em tanques.
- Transporte e Aclimatação: Como medida profilática (preventiva), já que o estresse do transporte reduz a imunidade do peixe.
Sinais de Alerta no Lote
- Flashing: Peixes se raspando nas laterais do tanque.
- Melanose: Escurecimento da pele.
- Inapetência: Peixes que param de comer ou ficam isolados.
- Brânquias Pálidas: Sinal de anemia causada pelos vermes que sugam sangue.
“A intensidade de D. cycloancistrium nas brânquias foi significativamente reduzida nos peixes tratados em comparação ao controle (animais que não receberam tratamento), mas não foram observadas diferenças entre as concentrações testadas, indicando que as menores doses são eficazes”.
Patricia Maciel, pesquisadora da Embrapa.
Sal de Cozinha: Outra Alternativa Eficaz
O estudo reforça que o sal de cozinha (NaCl) também é uma ferramenta poderosa, muitas vezes superior aos químicos tradicionais:
- Banho Curto (12 g/L): 4 horas por dia, durante 4 dias. Eficácia de 91%.
- Banho Longo (10 g/L): 24 horas de exposição. Eficácia de 99%, porém com maior risco de mortalidade para peixes já debilitados.
O sal de cozinha, já testado em estudos anteriores, apresentou eficácia de até 99% nos banhos longos, embora com maior risco de mortalidade em peixes debilitados.
“A nossa pesquisa constatou que a eficácia do sal foi de 91% nos banhos curtos. Nos banhos longos foi de 99%, porém houve maior mortandade de peixes. Já para o triclorfon a eficácia foi de 84% para os banhos curtos e de 97% para os banhos longos, também com maior mortalidade”.
Patricia Maciel, pesquisadora da Embrapa.
Conclusão
A pesquisa, que contou com parceria da UFT e da UEMS, além de financiamento do Sebrae, representa um avanço nas soluções práticas para as melhorias de manejo na aquicultura. Encurtando distâncias entre a ciência, as demandas do produtor rural e a segurança esperada pelos consumidores.
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