Essa Tecnologia de Manejo Torna o Agronegócio Brasileiro Produtivo, Competitivo, Rentável e Altamente Sustentável.

O agronegócio brasileiro é um dos setores mais sustentáveis do país, e uma das atividades agrícolas mais sustentáveis do mundo. Uma estratégia setorial bem definida, com base em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que buscam eficiência e produtividade com respeito ao meio ambiente e às pessoas, ao mesmo tempo que garante rentabilidade aos produtores.

Uma das estratégias que alinha a sustentabilidade ao processo produtivo do agro é o controle de pragas. Não com o uso intensificado de defensivos e herbicidas, mas com tecnologias avançadas de manejo que promovam o controle natural dos agentes que prejudicam a produtividade. Entre estes manejos, destaca-se o vazio sanitário, como uma das estratégias mais bem sucedidas e de maior alcance no Brasil.

O que é o Vazio Sanitário?

O vazio sanitário é um manejo de pragas que, durante 60 a 90 dias, exige a ausência de plantas vivas nas áreas de plantio. Impedindo, desta forma, a multiplicação de plantas hospedeiras, voluntárias, invasoras, insetos, fungos, bactérias etc, no período de entressafra.

Quando respeitado nas áreas onde é vigente, o vazio sanitário contém a multiplicação de pragas e reduz a quantidade de defensivos e herbicidas a ser aplicada durante a fase de produção, o que (além da redução de custos) contribui para a inibição do surgimento de resistência aos produtos pelo uso intensivo na lavoura.

Vazio Sanitário na Sustentabilidade da Soja

A soja é uma das mais importantes cadeias produtivas do agronegócio brasileiro. Como todas as culturas de larga escala, tem entre seus principais riscos o surgimento de pragas, especialmente a ferrugem asiática da soja, com importância econômica, cujo controle eficiente tem como base os pilares da sustentabilidade da soja.

Para se ter uma ideia, segundo artigo da Embrapa, o vazio sanitário é um dos grandes agentes de controle e erradicação da ferrugem asiática da Soja, commodity que responde por 42% do total produzido pelo agro (IBGE, 2023). O que dá noção do risco de um manejo de pragas ineficiente.

Eficiência de Custos a Partir do Controle de Pragas

Quanto mais rigoroso é o manejo do vazio sanitário, mais eficiência de custos e, por consequência, mais competitividade terá o agro brasileiro. Já que, ao controlar a proliferação de plantas indesejadas e patógenos, garante menores custos com defensivos e herbicidas, proporcionando maior rentabilidade e segurança aos alimentos.

Neste contexto, o vazio sanitário torna-se uma medida altamente importante para a sustentabilidade na agricultura, com efeitos altamente benéficos na esfera econômica, social e ambiental.

Promessa de Valor do Agronegócio

O vazio sanitário é tão importante que deve balizar todo o planejamento operacional e estratégico, especialmente quanto falamos da promessa de valor do agronegócio, onde a sustentabilidade é o tema preponderante.

Manejo Integrado de Pragas

Conforme definição da Embrapa, “O Manejo Integrado de Pragas (MIP) constitui um plano de medidas voltadas para diminuir o uso de agrotóxicos na produção convencional, buscando promover o equilíbrio nas plantas e monitorar as pragas evitando, ao máximo, o uso desses produtos no sistema.”

Sendo assim, o MIP responde a questões operacionais e financeiras, mas também é parte da geração de valor dos processos. A busca pela maior rentabilidade passa pela redução de riscos, dois efeitos desejados da integração da sustentabilidade ao processo produtivo.

Vazio Sanitário no Centro do Plano de Ação

Quando o planejamento das lavouras coloca o vazio sanitário como o ponto central da operação, ele alinha as janelas de tempo da semeadura à colheita (safra de verão e safrinha) aos riscos e oportunidades do período, sempre com foco no respeito ao manejo de entressafra.

Um exemplo deste planejamento do plantio a partir do vazio sanitário é o manejo das plantações sob risco do ElNiño, na safra 2023/24. Onde as condições climáticas favoreceram o surgimento de pragas e prejudicaram as condições da semeadura à colheita.

Os acontecimentos exigiram decisões para mitigar os riscos, otimizando o processo produtivo para a safra atual, mas com vistas às próximas safras. Já que o avanço da colheita sobre o período de vazio sanitário pode trazer uma explosão de pragas, o que pode ser insustentável para os produtores.

É Sustentabilidade

O vazio sanitário é crucial na administração de riscos e também ponto central da sustentabilidade. Por isso, um manejo de grandes proporções e capilaridade como este, além de alavancar a rentabilidade dos produtores é fundamental para a entrega de valor do setor agropecuário.

Principais Pontos do Vazio Sanitário

• Controle de pragas com capilaridade: O período de vazio sanitário impede a proliferação de plantas hospedeiras, insetos, fungos e bactérias durante a entressafra.
• Redução do uso de agrotóxicos: O manejo contribui para a diminuição da aplicação de defensivos e herbicidas nas lavouras. Essa redução auxilia na prevenção do surgimento de resistência aos produtos químicos.
• Maior eficiência de custos e competitividade: Um manejo rigoroso do Vazio Sanitário garante menores custos com defensivos e herbicidas.
• Benefícios para a sustentabilidade: O Vazio Sanitário contribui para a sustentabilidade da agricultura em suas esferas econômica, social e ambiental.
• Essencial para o planejamento: O vazio sanitário deve ser a base para o planejamento operacional e estratégico do agronegócio, especialmente quando se busca gerar valor de forma sustentável.
• Alinhamento com o MIP: O vazio sanitário se encaixa perfeitamente no conceito de Manejo Integrado de Pragas (MIP), buscando reduzir o uso de agrotóxicos e promover o equilíbrio nas plantações.
• Alinhamento das safras: O planejamento das lavouras, com o vazio sanitário no centro, permite alinhar as janelas de tempo de semeadura e colheita, otimizando o processo produtivo.
• Rentabilidade e valor do setor agropecuário: O manejo eficaz do vazio sanitário alavanca a rentabilidade dos produtores e contribui para a entrega de valor no setor agropecuário como um todo.

---

Referências

Embrapa